em Artes visuais à recepção livre
Até dia 15 de abril, em
Exposição na Galeria do Club dos Diários, no horário das 8h às 18h, a Expô
Piauí de Artes Plásticas rende atenção e curiosidade.
Numa curadoria de
Carlos de Holanda, os serviços de arte pictórica à visitação pública reúnem um “pool”
do diverso expressivo, criativo e técnico licenciado à pintura e escultura de
grandes nomes das artes plásticas piauienses.
Uma iniciativa que ajunta o nome
Expô Piauí e apresenta o subjetivo estético e o olhar particular ao mundo e às
variações do ato criador de cada artista, traz ainda a reabertura da Galeria do
Club dos Diários que ficou, durante algum tempo, sem esse “habituè” para a qual
foi criada, dentro do Complexo Cultural.
Dessa feita, a Expô
Piauí de Artes Plásticas detém o apoio do Governo do Estado/Fundac,
Sedet e GRS Com. & Serviços, parcerias que possibilitam a fomentação da
circulação da arte e ofício cultural que preenchem a praça criadora da cidade
de Teresina.
45 obras labirintam o espaço da
Galeria e enchem de cores e matizes intrínsecos aos traços e riscos de pincéis
e de cinzelados anatômicos na reprodução da vida em esculturas de ferro e barro
que “Parlam!”.
Entre os artistas expostos, Aécio Moura, com “O Domador de Cavalos”, aspectos interativos a la Tarsila revisitada; Jeovah Santos, com “Padroeira do Brasil”, as cores do primitivismo
em fé popular; Francineto Neto, obra
sem título. Natureza morta viaja sobre “mulas” rumo ao norte. Observado, do
ponto de vista das ancas dos animais, as mercadorias seguem no lombo dos muares, em cestos de frutas nativas brasis das feiras.
Avelar Amorim, com obra sem título, abre à recepção um Jardim de
Alice para espirais a sois de matizes às lagartas e centopeias felizes, em meio
das flores. Francineto Neto, com sua
segunda tela, na Exposição, apresenta obra sem título e repercute músicos
populares, iconográficos do nordeste das cores, couros, chapéus, rendas e
chitões em releitura ao traço do pincel em moderno e cubismos. Jeovah Santos apresenta um “Miguel
Archanjo”, em cores quentes ao primitivismo técnico a tema de cultura religiosa
popular, numa representação de domínio do bem sobre o “mal”.
Aécio Moura e seu “Mulheres Nuas”, simbiose de formas e olhos e
seios e braços e corpos sinuosos do feminino semi-surreal de cores a corpos
prospectados à presença real. Dacira
Brandão apresenta a reprodução de “Instrumentos Musicais”, corpos de sopro
(tuba) e cordas (cello) em dialogismo de recital musical. Também de Dacira, “Afeto e Conquista”, um ilustrativo simples de
romance/exercício primário de casais enamorados em duas perspectivas de oclusão
de apaixonados.
Josimar Araújo, em obra sem título, traz um traço geométrico em
tons quentes e neutros nas geometrias de licenças e abstracionismos pictóricas; Naza, com “Cat’s”, gatos auto relevados, das variações dos quentes do vermelho, verde
aos marrons terrosos. Charmosos felinos olham à janela o horizonte curioso.
(Naza "Cat's"/fts: j. carlo)
Gilsie Memória, com obra sem título, em
representação das irmãs xipófagas, siamesadas às expressões de mesmas formas ao
direito e esquerdo da mulher, em nu, protegido pela própria anatomia. Fêmeas em
nudez de sacro e profano revelados ao yin/yang.
A tela de Costa Filho, “Pescador”, o operário das redes ao ar,
jogadas em fins de mergulho à cata dos peixes dos rios que separam Teresina em
duas margens, a de carnaubais e a de outra flora nativa ribeirinha. Ainda de Costa Filho, “Natureza no Caju”, na cor e sabor do
vermelho em par do fruto nativo. Gilsie
Memória e a tela sem título, mulher em flor de lótus, e em pelos, medita
distanciada da sedução.
Rogério Albino,
em tintas sóbrias para a obra “Mulher”. Cena romântica de dueto musical, mulher
e violino, homem e flauta doce melodia. Rogério Albino, em “Mulher jogando sinuca”. Cena de bar romântico
entre o pernicioso, permissivo econômico, o sensual e o perscrutar do olho
masculino sobre a mulher que joga em lance de sedução.
(rogério albino "Mulher"/fts.: jorge carlo)
(rogério albino "Mulher jogando sinuca"/fts.: j. carlo)
“Mulher”, de Herbert Veras Viana, perfil feminino
empertigado e silencioso na economia da expressão. E, ainda do artista, “Velho”, expressões de tempo e vida colhidos
em face do homem Velho, que oferece o pão a quem tenha fome.
A obra, sem título, de Luis Bezerra da Cruz, cultura
popular de fé que planta e rega seus santos e suas plantas de medicina natural
e esperança em fervores juvenis.
Braga
Tepi apresenta “Êmbulo”, escultura humana em anatomia mimetizada com o
ferro e sucatas que retorcem suas vísceras esquerdas, expostas à roda da
expiação do homem e seu corpo de metal.
(braga tepi "Êmbulo"/fts.: j. carlo)
Outro artista das esculturas em metais
e sucatas, Zé Rodrigues, traz “Don
Quixote”, o ícone do homem e sua face romanesca de um dos + populares
anti-heróis da literatura universal latino americana.
(zé rodrigues "Don Quixote"/fts.: j. carlo)
Tácito Ibiapina assina “Paisagem”, cozinha rural detalhada nas
memórias afetivas da fazenda. Critério de cores terrais ilustra ambiente
doméstico, com muita qualidade de representação do real memorizado.
(tácito ibiapina "Paisagem"/fts.: j. carlo)
Naza, em sua segunda peça apresentada, “Floria Pather IV”, olhos de
lince em relevo detalhado do rosto do felino, cores do marrom suavizado em
mergulho no azul do lago que margeia o gato.
(naza "Floria Pather IV"/fts.: j. carlo)
Obra, sem título, de Luis Bezerra da Cruz, redimensiona
fé e obra religiosa de fiéis que plantam e colhem vida e morte, entre o
progresso de flores regado com lata dӇgua, que carrega marca de querosene
jacaré. Entre o céu da fé e a realidade dos fiéis, sorte e esperança colhidas.
Tácito Ibiapina, em “Paisagem II”,
fachada de casa e interior vazado da cozinha rural, com peitoris e potes também
curiados pelos pincéis que registram, ainda, quintais e cercas de talos de
árvores terrosos.
(tácito ibiapina "Paisagem II"/fts.: j. carlo)
Expô Piauí das Artes Plásticas merece dois "posts", pois graça, beleza, estética concentrada e liberdades de expressões em tingidos e enleios de pinceis que reportam cultura pictórica.
Segue Tintas, ferro e barro - o Retorno.
Nenhum comentário:
Postar um comentário