por maneco nascimento
A Casa da Cultura de Teresina comemorou, na noite do dia 12 de agosto de 2014, a partir das 19 horas, + uma vez de seu aniversário.
Para uma programação, que segue durante todo o mês de "amiversário", a CCT começou com pé dentro e o público e amigo da arte e cultura da cidade compareceu em peso de atenção para as atrações da noite de 12 de agosto.
(arte patrimônioarquitetônicoedificado/imagem flogão.com.br)
A partir das 19 horas, no pátio aberto da Casa, o Coletivo Piauhy Estúdio das Artes presenteou a todos com a encenação de "Fogo", adaptação e direção de Adriano Abreu, para obra homônima de Vítor Gonçalves Neto, autor que registrou, na ficção (conto), os incêndios criminosos ocorridos nos idos da década de 1940.
(a Pietá em "Fogo", a peça. Vítor e Érica em cena/imagem arquivo Piauhy Estúdio das Artes)
Na cena quente e de voracidade inflamante, às crenças de senso comum e do teatro de amenidades, o elenco formado por Érica Smith, David Santos, Vítor Sampaio e Carlos Aguiar dá o calor dramático e eficiência cênica na arte do fingir e do convencimento.
As analogias e imagens ricas de teatralidade garantem a "Fogo", o espetáculo, um "triunfo da imagem sobre o conceito e o triunfo da analogia sobre o pensamento lógico", como assegura Octávio Paz, em O Arco e a Lira (pag. 90).
A Casa da Cultura de Teresina tem, não só em sua ousadia de existência, obra criada pelo saudoso prefeito Wall Ferraz, como também na sua permanência de chama acesa e agregadora de ações e práxis de arte e cultura reinventadas.
Desde o dia 6 de agosto que a CCT já mantém instalada uma Mostra arte visual de artista maranhense.
(arte de Dinho Araújo, em exposição na Casa da Cultura/imagem portalpmt.teresina.pi.gov.br)
"A Mostra 'Dos dias em que ausência é marca', assinada por Dinho Araújo, instalada em uma das Salas de Exposição da Casa da Cultura de Teresina, pavimento superior daquele equipamento cultural, fica disposta à expiação pública, no mês de aniversário da CCT que completa seus 20 anos, neste 12 de agosto de 2014. Aberta dia 6, a Mostra fica até 22 de agosto e circula por Teresina através do SescAmazôniadasArtes." (Poesia pictórica - Museu dinhoaraujoano/ Leia-se - Letras e Letteras: 12/08/2014, às 14h41)
De volta à noite do dia 12 de agosto, retomemos o soco no estômago que é "Fogo", a peça, em que se convive com a vida ribeirinha, em desgraça na fogueira de palhas e gentes e a negação e aceitação (in)consciente dos arquétipos, crenças e lendas das vivências simples, em bairros pobres, do centro da Teresina de 40. Estética e rigor cênico empertigam resultado ímpar do produto forjado nas oficinas do Piauhy Estúdio das Artes.
Se a CCT está de parabéns pelo aniversário começado dia 12 e que segue em comemorações até 31 de agosto, os parabéns dobram-se, como os sinos de Ernest Hemingway, com a força em método e intérpretes na construção da construção das personagens, da peça "Fogo", aquecidas pela luz ardente de Pablo Erickson; música incidental, de Arnaldo Pacovan; ofs, em cantilenas marianas, e maquiagem, de Silmara Silva, e cenografia e figurinos, metamorfoseantes e emblemáticos, de Vítor Sampaio.
Quem pensou que a programação havia encerrado, àquela noite, ledo engano. Ainda havia agenda para a exibição de um teaser do novo filme de Monteiro Jr., "État de L'art (Estado da Arte)" e a estreia do + novo e caliente espetáculo do Balé da Cidade de Teresina - BCT, "Grave-Grog", com direção coreográfica de Samuel Alvis e encenação pancada do corpo de baile que tem sede de encontros e criação na Casa da Cultura.
(ensaio de "Grave-Grog", do BCT/imagem cidadeverde.com)
O público teve que dividir-se entre ir ao encontro do cinema de Monteiro Jr., na Sala de Vídeo da CCT, ou escolher subir à Galeria Lucílio de Albuquerque e boquiabrir-se à performance do corpus em corpos gravitacionais do Balé da Cidade de Teresina. Houve público para todas as atrações e o universo manteve expansão conspirativa dos festejos da Casa da Cultura.
Sobre o novo espetáculo do BCT que eu, entre muitos tantos, optou em curiar, uma muito grata surpresa que será assunto de um comentário mui particular. Mas adiantando as fichas, Gravidade!
(em canto, a Casa da Cultura/imagem fcmc.pi.gov.br)
A direção da Casa da Cultura, leia-se Josy Brito, está também envolta em muitos parabéns. Carregar aquela centelha de luz, praticamente sozinha, num momento de obscuro contexto administrativo da arte e cultura municipal, é prova de Fogo e talento vanguarda de iniciativas e parcerias confirmadas na arte de manter viva a terra de vida em trânsito à sobrevivência do produto local em ebulição.
Parabéns, Casa da Cultura! Parabéns, Josy Brito! Que venham + 20 e tantos anos. A cidade sabe e aposta na sua sobrevivência, apesar das adversidades.
Vida Longa à CCT.
Serviço:
"A Casa da Cultura de Teresina, inaugurada em 12 de agosto de 1994, ocupa uma edificação construída entre 1870 e 1880, pelo Sr. João do Rego Monteiro, o Barão de Gurgueia (1809-1897), para sua residência e família. Segundo historiadores, além de residência, a casa serviu também como quartel e enfermaria.
Entre 1906 e 1911, o Monsenhor Joaquim d’Almeida instalou um Seminário no prédio e, em 1913, os herdeiros do Barão venderam o prédio para a Diocese de Teresina, que deu continuidade ao Seminário.
Entre 1906 e 1911, o Monsenhor Joaquim d’Almeida instalou um Seminário no prédio e, em 1913, os herdeiros do Barão venderam o prédio para a Diocese de Teresina, que deu continuidade ao Seminário.
Depois de fechado, o casarão foi transformado em residência episcopal, tendo sofrido algumas alterações na fachada principal, na gestão de D. Otaviano Pereira de Albuquerque. Seu substituto, D. Severino Vieira de Melo, reabriu o Seminário, construindo um anexo par sua residência, no estilo do prédio original. Com a transferência do Seminário para outro local, nele passou a funcionar, por vários anos, a sede do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) no Piauí, para depois abrigar, também por longo período, o Colégio Pedro II, que fez diversas modificações no prédio. Em 1986, foi tombado pelo Departamento do Patrimônio Histórico, Artístico e Natural do Piauí.
Em 1993, iniciaram-se as obras de restauro do prédio através de convenio firmado entre a Prefeitura de Teresina e o Governo do Estado do Piauí. O pavimento superior foi cedido, pelo prazo de vinte anos em forma de comodato, pela Arquidiocese de Teresina à Prefeitura, que alugou o pavimento térreo para complementar a ocupação do edifício. Assim, em 1994, após restaurada, foi inaugurada a Casa da Cultura de Teresina no imponente casarão da Praça Saraiva, pelo Governador Guilherme Melo e Prefeito Wall Ferraz." (fonte: http://www.fcmc.pi.gov.br)
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