Depois
das cinzas
As
festas populares têm suas peculiaridades. Geram expectativas, chegam num arroubo
de dominação das esperas e geram toda felicidade que se queira experimentar. São os dias de carnaval que só se encerram na quarta feira, nas cinzas
das horas deleitadas. E assim caminha a humanidade, depois das cinzas e ressaca
dos dias momescos, dando continuidade a vida que segue.
Mas
antes que chegue quarta feira (de cinzas), há a sexta gorda correndo até a
madrugada que rompe o fim do feriadão, na terça feira. Muito para aproveitar em alegria,
paz, harmonia, alegorias e fantasias, prazeres, luxúrias traídas dos dias
comedidos e liberdades consentidas porque ninguém nasceu de ferro, alguns com
cara de pau (matéria degradável), mas ninguém de metal de difícil dobra. Só
gente como as gentes com suas buscas e garimpagem à felicidade.
E as
manifestações são as + diversas e necessárias porque tudo é festa. Para objeto
de registro, pois variação sobre o mesmo tema. Na sexta feira, 8, gorda, o Complexo
Cultural do Matadouro – Teatro do Boi manifestou seu projeto de interação
comunitária, o Carnaval Boi Brinquedo. Criado pelo agitador cultural Chiquinho
Pereira, quando então diretor do Teatro do Boi (2009) e mantido na pauta de
execução em 2010 (Adriano Abreu), 2011 (Wilson Costa e Ana Tereza) e 2013, já na gestão
de M. Nascimento.
(Carnaval Boi Brinquedo/fotos: Diogo Alves)
O Carnaval Boi Brinquedo começou sua atividade a
partir das 16 horas, em Concentração/Baile da folia, na Praça do Teatro do Boi.
Com a visita das majestades do carnaval 2013, Rei e Rainha do Carnaval e Rei e
Rainha da 3ª. Idade, foi eleita, sob voto popular e ao vivo, a Rainha do Corso
Infantil do Matadouro. Eleição numa disputa saudável e muito humorada. Concorrência
eficaz e resultado livre à felicidade.
(Carnaval Boi Brinquedo/fotos: Diogo Alves)
Às 17 horas e 10 minutos foi iniciado o
percurso pelas Ruas Rui Barbosa, Balsas, Cinthia Portela, Rua São Felix e,
finalmente, a dispersão do festejo ocorreu no Parque Lagoas do Norte. O apoio do SDU Centro Norte que liberou
a área do Lagoas do Norte à finalização do evento e a assistência incondicional
do serviço de guarda de batedores do STRANS foram fundamentais. Se é para agradecer,
agradecemos. Especialmente ao STRANS. Foi 10!
(arte-foto: Jairo Moura)
Projeto
Boi Brinquedo tem em suas prerrogativas fazer o serviço de apresentação à
comunidade das oficinas de arte praticadas nas dependências da Casa de Cultura
Teatro do Boi. Também busca interagir, diretamente, demonstrando ao público do
entorno, ruas e vizinhança, exemplo “in loco” das práticas culturais
desenvolvidas, através das crianças e turmas assistidas na ação artística,
serviço gratuito mantido pela Prefeitura de Teresina, por meio da Fundação
Municipal de Cultura Monsenhor Chaves.
As oficinas de arte do Complexo Cultural do Matadouro – Teatro
do Boi, nas áreas de dança (do clássico ao popular) a crianças, adolescentes,
jovens, adultos e à melhor idade; teatro (infantil e adulto); desenho e
pintura; percussão; iniciação à música (Banda de música); corte e costura e
prática de memória e preservação da cultura do Bumba-meu-Boi, através da
oficina Boi Mirim – Estrela do Matadouro e capoeira, se representaram no
corsinho.
O
sucesso do Carnaval Boi Brinquedo seguiu seu curso natural de existência. E a
vida ganhou sua continuidade nos dias de folia. Vieram os carnavais de Blocos e
Corsos do Saci, São Joaquim, Mocambinho, Capote da Madrugada(zona leste), Barão
de Itararé, no Dirceu Arcoverde, Sanatório Geral (Praças da Liberdade e São Benedito),
entre outros manifestados e o Carnaval na Marechal para bandas, foliões e
ritmos da moda e da mídia foliã.
(Sanatório Geral/foto: Maurício Pokemon)
Entre a ressaca e a despedida dos dias foliões, as novidades também se fizeram presentes. A Lei Seca, + severa, surtiu propósitos. Menos acidentes, menos bêbados no volante e, para os + afoitos e de brasilismo do jeitinho, “do me erra que eu te engano”, pagaram o preço. Menos a carteira de habilitação e + uma gorda multa para pesar no orçamento, bem depois da folia.
Entre a ressaca e a despedida dos dias foliões, as novidades também se fizeram presentes. A Lei Seca, + severa, surtiu propósitos. Menos acidentes, menos bêbados no volante e, para os + afoitos e de brasilismo do jeitinho, “do me erra que eu te engano”, pagaram o preço. Menos a carteira de habilitação e + uma gorda multa para pesar no orçamento, bem depois da folia.
O Papa
Bento XVI anunciou a renúncia ao papado. Chocou o mundo e 600 anos de uma
primeira iniciativa de mesmo propósito. E, corajoso, disse que a igreja
católica e seus azeitados dias vaticanos precisam de reforma. Com novo marca
passo e com uma especulação de que teria caído e batido a cabeça, nem assim
perdeu a lucidez para dizer, publicamente, que a igreja vaticana precisa mudar.
São as
cinzas das horas, depois dos dias de Momo. Da agora em diante é planejar o
próximo feriadão, o da Semana Santa. E, das chaminés do Vaticano, serão geradas
novas cinzas, essas do protocolo cristão, e um sinal de fumaça, branca, gerará
um novo pontífice para trânsito governamental do Palácio de São Pedro.
Carnaval,
só em 2014, também ano de Copa do Mundo, nacional. Então festas dobradas,
dobrados e cifras musicais efervescentes, dobrões e mercados festejados e o
Brasil em festejos imedidos, porque Deus é brasileiro, o Papa continuará pop e
alegria nacional passa, sempre, por festas populares.
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