Ratos no senado
por maneco nascimento
No Brasil diverso as notícias também acompanham sua diversidade. Cidades metropolitanas mineiras e fluminenses ganham seu destaque por conta de enchentes e deslizamentos contumazes no verão brasileiro. No janeiro de 2011 as cidades e bairros, com suas serras e periferias, seus lotes imobiliários e encostas, a descoberto, do Rio de Janeiro sofreram uma das maiores tragédias na história de desastres naturais.
(foto de deslizamento serrano fluminense em janeiro de 2011/foto colhida da wikipédia, a enciclopédia livre)
“A chuva na Região Serrana do RJ, que provocou 506 mortes, já é considerada a maior tragédia climática da história do país. O número de vítimas ultrapassou o registrado em 1967, na cidade de Caraguatatuba, no litoral norte de São Paulo. Naquela tragédia, tida até então como a maior do Brasil, 436 pessoas morreram.” (g1.globo.com/rio-de-janeiro/chuvas-no-rj/noticia/2011/01/chuva-na-regiao-serrana-e-maior-tragedia-climatica-da-historia-do-pais.html –)
(enchente no Rio de Janeiro/janeiro de 2011/foto acervo tvglobo)
Mas os dias de horrores do ano passado são notícias velhas. Nesse ano não vai ser igual àquele que passou. A notícia parece recorrente, mas talvez o número de mortos e desabrigados possa ser menor. Os céus e a força da natureza, ainda os grandes vilões. Os homens ilibados e as promessas de governo à recuperação das comunidades destruídas entraram em novo ano e salvem-se quem cair na graça direcional do recurso orçamental.
Nesse novo janeiro, matéria de Paulo Renato Soares, de Sapucaia, Rio de Janeiro, com edição do dia 10/01/2012, traz na chamada “Vítimas das chuvas no Rio de Janeiro chegam a 13 nesta terça-feira” e continua no lide “Defesa Civil acredita que, até quinta-feira, todo o terreno onde houve o desmoronamento esteja limpo. As autoridades esperam encontrar mais nove ou dez vítimas sob os escombros.” (g1.globo.com/jornal-da-globo/noticia/2012/01/vitimas-das-chuvas-no-rio-de-janeiro-chegam-13-nesta-terca-feira.html)
(mapa região serrana de deslizamentos em janeiro de 2011/imagem acervo wikipédia, a enciclopédia livre)
Minas Gerais, na sua Belo Horizonte e cidades do entorno da metrópole, também tem sido castigada pelas chuvas desde outubro. Rio Grande do Sul tem convivido com geadas em alguns locais e com seca em outros, definhando os investimentos milionários do agro negócio. O nordeste é contumaz, árido ou com chuvas violentas, tem seu território de sobrevivência e histórico de gente macha, sim senhor.
Agora a novidade nesse verão brasileiro veio de Brasília, em seu Distrito Federal. Um bicho sem nome, atacou, avançou, mordeu funcionária pública federal do senado. Isso é notícia estupefata. Qual era o animal sem nome, identidade, ou característica da espécie que a imprensa não dava na notícia.
“Funcionária do Senado é mordida por animal desconhecido” (dandopitaco In. apatotadopitaco.blogspot.com/2012/01/ sábado, 14 de janeiro de 2012), ou “Senado passa por dedetização após funcionária ser mordida por animal desconhecido” (publicado por Antonio Carlos Miranda 13/01/2012 às 17:08/blog do carlos britto)
“Na última quarta-feira (11/01), uma funcionária da Secretaria Geral do Senado teve o pé mordido por animal não identificado. Tudo leva a crer que tenha sido um rato, razão pela qual uma equipe da Gerência de Controle de Zoonozes do Distrito Federal ali fará uma vistoria na próxima segunda-feira (16/01), conforme informou assessoria de imprensa da Casa.” (apatotadopitaco.blogspot.com/2012/01/funcionaria-do-senado-e-mord...)
(dedetização e desratização no senado/foto colhida do blog do carlos britto)
“A Segretária-Geral da Mesa informa a todos a interrupção das atividades do gabinete da Secretaria de Coordenação Legislativa do Senado Federal e da Secretaria de Coordenação Legislativa do Congresso Nacional na data de hoje, a partir das 14h, uma vez que será realizada a desratização e dedetização nesses recintos. A atividade será retomada às 10h de segunda-feira”. (blog do carlos britto/www.carlosbritto.com/senado-passa-por-desratização-após-funcionari...)
Na web e noticiários de tevê dá-se conta de qualquer coisa, até de animal desconhecido que, insutilmente, abocanha dedo de funcionária em seu ofício. Há quem creia que há muito + ratos espalhados pelo planalto. Com vigilância sanitária ou não o bicho se prolifera à toda sorte.
Esse foi um animal burro. Vai morder logo funcionária do senado. Virou notícia, negativa. Podia ser bichinho inocente, roedor de outros expedientes no largo de Brasília e de suas vias se sobrevivência. Agora morder as gentes, não. É muito perigoso. Mesmo sendo indeterminado, animal não identificado, vai acabar sofrendo assepsia desratizante.
Esse bicho roedor existe em qualquer lugar, em becos, bueiros, monturos, canais de circulação de ar, telhados, forros, nos escombros e brechas de bibliotecas, gabinetes, etc. Assim como há lagartas para clorofila e folhas e borboletas para flores e jardins, há ratos para o senado e ratos para alhures.
Há ratos no senado e estes não sofrem do trágico de deslizamentos, enchentes e ameaças constantes às vidinhas simples. Isso é para as gentes comuns, desprotegidas com as chuvas de verão. Só às vezes, em fúria animal, esses bichos mordiscam alguma coisa, dessa feita o pé de alguém que não era de barro.
Que vivam os ratos e morram os + fracos, de vida pouco inteligente!
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