sábado, 11 de junho de 2011

Sala de Leituras


Sala de leituras
por maneco nascimento

A Operação Dom Quixote, realizada pela Fundação homônima, conseguiu + um efeito espetacular aos dias de Piauí e Teresina, a concretização do SALIPI, versão 2011, de 5 a 12 de junho do corrente.

Ao realizar mais um SALIPI - Salão da Feira do Livro do Piauí, a Fundação Quixote, em mais uma de suas quixotescas ações, prova que maior é o céu das esperanças que as terras áridas de investimentos encolhidos. E como diria Alves, “A praça é do povo...”, o povo tomou conta da PII, onde talvez melhor se concentre grandes eventos públicos em praça da cidade.

Pelo segundo ano, realizado na Praça Pedro II, de frente para o Theatro 4 de Setembro, ainda fechado, e também de frente para a Central de Artesanato “Mestre Dezinho”, o Salão do Livro do Piauí ainda é uma Sala para as + diversas e abertas leituras e visitas vultosas. 

Sala porque fica espremida entre dois espaços públicos, o Centro de Artesanato pouco explorado e o Theatro 4 de Setembro que permanece fechado para reforma (a passos de Ben Hur). Mas Salão porque de abrangência orgulhosa do grande público das escolas do entorno da PII, das que se deslocam de outros logradouros e do público contumaz daquele corredor de passagem.

Gente que chega pra ficar e gente que vai, mas quer ficar, parafraseando o poeta. De sorte é que o SALIPI é sucesso no Bate Papo, no Língua Viva, nos encontros e despedidas aos novos reinícios. O trânsito livre nos stands e assinaturas diversas para serem escolhidas e ou preteridas.

A vida é forjada para ser como se planeja. A Sala de Leituras se desdobra em grande Salão fervilhando curiosidades, cultura, arte e bons propósitos de pescar um novo leitor. São cortejos de crianças, adolescentes e jovens cruzando as ruas e faixas, em filas escolares, realizando o prazer da atividade extra classe.

Ônibus, caravanas do passeio à feira popular da leitura e do encontro com a língua da nossa literatura e alhures. A comissão organizadora do SALIPI, impingida a trazer o Salão à praça por ter um centro de convenções fechado à reconstrução (a passos de um “Ben Hur” e um “E o vento levou...”), ficou melhor na fita ao plantar o evento na Pedro II.

Ganham mais o público elástico - que ficava hermetizado sob a laje do antigo centro de convenções da cidade - e o Salão mais aberto, agora guardado pelos cordões das ruas Payssandu, David Caldas (também literato), passeio fechado da Senador Teodoro Pacheco e Treze de Maio.

Uma caixinha de letras despejadas aos visitantes, amigos, artistas/escritores e colaboradores de oito dias pancada! O Salão do Livro do Piauí, segundo consta no marketing local, um dos + organizados do Brasil, é também o que maior orgulho causa a todos os piauienses.

Cumpre seu papel com eficácia hercúlea, com força apolínea, com beleza e verdade de lingüística gregária desdobrada e de poética aristotélica derramada de paixões ibero-latinas, sem perder a matemática cartesiana de dois e dois para cinco novos conceitos abertos.

Outro dia, também visitante, me vi em outro pai levando meu filho para escolher seus próprios livros. A Sala de Leituras é um livro de visita com história de obra aberta, enredando futuros fora da lógica do capital segregador.

Vende-se cultura, dá-se prazer a espíritos abertos a liberdades fomentadas, faz-se luz: SALIPI!


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