segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Um dia, Ramsés. (II)


Um dia, Ramsés. (II)
por maneco anscimento
(ramsés ramos/foto divulgação)

Das lembranças regurgitadas, uma entre tantas que merecem tratamento a seu tempo. Esse é o tempo dessa memória. Recebo email de amigo Marcus Oliveira, em 20 de setembro de 2011. O tema da mensagem era, “13 anos sem Ramsés Ramos” e nele dizia:

Um dos maiores intelectuais q já conheci. Com quem tive o prazer de andar, tocar e cantar junto e foi o responsável por grande parte da minha formação artística. Uma vez na sua casa me pegou lendo um dos seus livros e perguntou se eu gostara do livro, respondi: - claro, e ele na mesma hora disse:- é seu. Era uma edição bilingüe de Charles Baudelaire do qual eu tirei o nome da banda Noigandres - "o cheiro q afasta o tédio". Abração do seu tamanho Ramsés.
 (ramsés ramos/foto divulgação)

Enviava também em anexo, algo + sobre o artista, “POETA RAMSÉS RAMOS – MAIS UM ANO DE VIDA ETERNA. DIA 20 de setembro de 1998.. era domingo de manhã.. fomos todos pegos de surpresa pela notícia do falecimento do poeta, jornalista, escritor, compositor, dramaturgo, crítico de arte, advogado, tradutor e jornalista Ramsés Ramos (...) (email recebido de Marcus Oliveira, em 20 de setembro de 2011)

Encontrado sem vida no sexto andar do Hotel Oficial da Presidência da República, onde se hospedava na Rússia acompanhando o presidente do Superior Tribunal de Justiça Dr. Pádua Ribeiro. Foi eleito intelectual do ano em 1984. Onde viajou pela primeira vez representando o Piauí no Encontro Internacional da Juventude (...) (Idem)
 (ramsés ramos/foto divulgação)

Exerceu funções importantes no mundo do jornalismo. Sec. Geral da FENAJ – Federação dos Jornalistas de Brasília, sobre a presidência de Armando Rollemberg, em seguida concursado da ONU era Chefe do Departamento Anti-Drogas, logo depois Chefe do Cerimonial e Relações Internacionais do STJ.. Faleceu de perda progressiva de sangue em missão oficial (...) (Idem)

Publicou pós-mórtem o livro Folhas da Relva. – Leaves of Grass – Traduções inéditas do poeta Walt Witman em 2001 pela Editora da Universidade de Brasília, onde fazia doutorado sobre Mário Faustino.” (Idem)

Num breve piscar do olho do tempo, Ramsés Bahury Ramos foi-se para as estrelas das paixões desconhecidas por simples mortais, das especulações do imponderável e da negação do pó ao pó ao que retornamos naturalmente, por determinismo da natureza viva, logo sujeita a passagens e mudanças.
 (ramsés ramos/foto divulgação)

Ramos mudou-se enquanto fazia o que melhor lhe dava prazer que era ser o artista versátil, útil à poesia, ao jornalismo e às novas relações sociais e profissionais que seu ímpeto e inteligência burilada abriram possibilidades. Ao reaprender a viver, no outro plano, deve ter reinventado novas picardias para alegrar espíritos amigos com quem passou a conviver.

Saudades não têm hora, batem quando querem fazer que nos lembremos dos velhos e bons amigos. Ao poeta das paixões poliglotas (Ramos, Ramsés. Da paixão, o vásni, de la pasión, de la passion. Praga: editpress, 1992), do jornalismo engajado e das funções oficiais que desempenhou com segurança, lisura e compromisso com o ofício e com o nome que construiu para si.

Após treze anos sem seu riso maroto, suas tiradas mestra de inteligente humor, sua presença rica ao orgulho de quem compartilhava sua companhia e suas “cobrices” divertidas de se ouvir e rir +, guardemos as boas memórias do grande amigo Ramsés Ramos.

(ramsés ramos/foto divulgação)

Com certeza os céus não abrem mão de tão alegre e generoso espírito. E quando os dias forem para reaquecer as lembranças, lembremos com muita alegria do querido e de alma em gracejo, Ramsés, o príncipe de nosso Egito às margens do Parnaíba e Poti.

Nenhum comentário:

Postar um comentário