Magnificae!
por maneco nascimento
“Magnificat”, de Johann Sebastian Bach, fez vida de apresentação na noite do dia 05 de dezembro de 2011, às 19h30m, no palco do Palácio da Música de Teresina. Para uma pequena Casa, com vezes de suporte para resultados artísticos do Conservatório de Música que ali ganha vida e sopro virtuoso, recebeu público em disputada vaga na plateia.
(arte do espetáculo "Magnificat"/acervo: DMA/UFPI)
(arte do espetáculo "Magnificat"/acervo: DMA/UFPI)
A apresentação, que se estabeleceu nesse dezembro, adequou-se à programação natalina realizada pela Prefeitura de Teresina, através da Fundação Municipal de Cultura Monsenhor Chaves.
Para esse dia 05 de dezembro, o Projeto musical natalino sai dos laboratórios do Departamento de Música e Artes da Universidade Federal do Piauí, pelas mãos ampliadas da professora mestra Doborah Moraes e do professor mestre Cássio Martins, coordenador do curso de música do DMA/UFPI e regente da Orquestra de Câmara daquela universidade.
Os resultados de propósitos do DMA/UFPI se maturam em trabalho conjunto que envolve cantores e instrumentistas na produção de operetas, musicais, missas e outros exercícios ao exercício erudito. De repertório já experimentado, a comédia musical “Véspera de Reis”; a destacável montagem de “The Phantom of the Opera” e, como finalização do segundo período de estudantes da área de música, para 2011, o “Magnificat”.
Obra originalmente natalina, de J. S. Bach, em ré maior, caracteriza-se como uma das principais obras vocais do músico e foi composta para orquestra, um coro de cinco partes e quatro ou cinco solistas.
Segundo o release, Bach compôs a peça durante seis semanas, numa versão inicial em mi bemol maior, no ano de 1723 (BWV 243), às vésperas do Natal de Leipzig. Continha diversos textos natalinos e, ao longo dos anos, o autor removeu-os para tornar a obra mais apropriada a performances o ano todo. Transpôs ao tom de ré maior, dando especialmente aos trompetes uma maior sonoridade.
A nova versão, à época, estreou na Igreja de São Tomás de Leipizg, em 2 de julho de 1733. Na nossa contemporaneidade recebeu novo olhar, em releitura com estudantes da Federal, seis solistas e um coro formado por aluno(a)s da disciplina de Canto Coral, ministrada pela professora Mauricélia Carvalho.
Em trinta minutos de peça coroada, o público pode ouvir as vozes da soprano 2, Luana Campos, em refinada virtuose vocal e da soprano Glaycijane Carvalho, voz tensa, mas em afinação quedada no equilíbrio, suavemente desesperado. Em seguida, as vozes masculinas deram seu tom, no peso do baixo Gildomar Oliveira e do tenor Lucas Coimbra, de sonoridade a registro quase tenorino. A contralto Joquebede Lima impôs-se com gravidade limpa.
O tenor, de traço vocal forte, Ailton Carneiro, preencheu a sala com polifonias vocais para exemplo de naipe regido por cifras ricas de efeitos ao canto em solo. Ainda como corpo de desenho da pauta musical, ouviu-se o coletivo das três solistas, Luana Campos, Joquebede Lima e Glaycijane Carvalho.
A Orquestra de Câmara da UPFI, que harmonizou as virtuoses vocais de toda a peça, finalizou com a apresentação do Coro que interpretou “Sicut Locutus Est”. A obra lida, um resultado técnico eficaz, mas acanhado quando comparado com o exemplar “The Phantom of the Opera”, realizado no primeiro semestre.
A releitura de “Magnificat”, com Deborah Moraes, na preparação vocal de solistas; Mauricélia Carvalho, na preparação do Coro e Cássio Martins, na regência da Orquestra de Câmara da UFPI, cumpre seu papel de protocolo acadêmico e, para o viés artístico musical, fica dentro do coro afinado.
Quanto ao potencial de coletivo artístico reunido, deixou na sensação do público um gostinho de quero +. Há música, segredos e revelações de Johann Sebastian Bach inconfundíveis e vocais e vozes permitidos para prazer de livre audição.
Magnificae!
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