segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Luminares

Luminares
por maneco nascimento
Aprendemos com a vida e, naturalmente, com a morte, princípio da transmutação para o sempre desconhecido, embora muito especulado. Mas, enquanto vida dispõe-se, nos deparamos com a observação, as escolhas, os prazeres, as liberdades e as profissões escolhidas que se leva até os últimos instantes de vida festejada para a escolha acertada.
Nesses últimos dias vimos evoluir ao imponderável grandes artistas do nosso mundo de arte praticada. De volta ao caminho das nebulosas em busca dos mapas primordiais, nas zonas de retorno à expansão das supernovas, foram-se os grandes intérpretes receber novos aplausos e ver como é que é o lado de lá.
Sérgio, João, Cesária. O que esses três nomes têm a ver com arte e cultura. Tudo. Cada um na sua melhor escolha, o teatro, o carnaval e a música. Todos eles nos deixaram + órfãos nesse último final de semana.


(Sérgio Brito/acervo: http://www.cineclick.com.br/)

Aos 88 anos, Sérgio Pedro Corrêa de Brito, nascido no Rio de Janeiro, em 29 de junho de 1923, morreu na manhã do dia 17 de dezembro de 2011, na cidade que o viu brilhar. Ator, apresentador, roteirista de cinema e televisão e diretor de grande monta teatral, estava internado há um mês no Hospital Copa D’Or e encantou-se por causa de problemas cardiorrespiratórios.
Da Agência Brasil, o repórter Lúcio Haeser ainda nos informa sobre a rica vida de Brito. Uma das personalidades mais importantes do teatro brasileiro, desempenhou papel de criador, diretor e ator doGrande Teatro Tupi” (teleteatro) que permaneceu no ar por dez anos na extinta TV Tupi. Também responsável pela direção deIlusões Perdidas”, primeira telenovela produzida e exibida pela TV Globo. (Morre no Rio, aos 88 anos, o ator Sérgio Brito/Por Agência Brasil, Agência Brasil, Atualizado: 17/12/2011 11:08)
(Sérgio e Ítalo Rossi/acervo: fotos.estadão.com.br)
Sua grande arte foi o teatro que o consagrou e conferiu-lhe diversos prêmios. Em 2010 lançou a autobiografiaO Teatro e Eu”. Na TV Brasil mantinha um excelente programa, de contumaz feição da tranqüilidade, despojamento e clareza da arte escolhida. O Programa “Arte com Sérgio Brito”. Tive oportunidade de ver reprise em que o tema era Constantin Stanislavsky. O artista comentava as pesquisas e métodos de teatro de Stanislavsky e interpretava o grande diretor russo. Não sei quem poderia ser menor entre o autor-diretor e o intérprete. Um luxo de talento e virtuose limpa à cena.

+ uma vez o querido Joãosinho Trinta torna-se notícia, sempre para nunca esquecer. O lide de matéria de Eveline Cunha, direto do Maranhão, publicado no Terra: “Morre aos 78 anos o carnavalesco Joãosinho Trinta”.


(Joãosinho Trinta/foto de 2007/acervo: wikipédia/acesso 19 dez. 2011, 15h)

Morreu às 9h55 deste sábado (17) o carnavalesco Joãosinho Trinta. Ele estava internado na Unidade de Tratamento Intensivo do hospital UDI, em São Luis, Maranhão. A morte se deu em conseqüência de um choque séptico secundário à pneumonia e infecção urinária.” (Terra/17 de dezembro de 2011 . 11h21 . atualizado às 14h57)

 

João Clemente Jorge Trinta é considerado um dos maiores nomes do carnaval carioca, pela ousadia e genialidade. Nasceu em São Luis, no Maranhão, em 23 de novembro de 1933. Aos 17 anos mudou-se para o Rio de Janeiro para ingressar nos estudos da dança clássica no Teatro Municipal. (Idem)

 

Começou a carreira de carnavalesco na Escola de Samba Acadêmicos do Salgueiro, como assistente. Foi campeão, como assistente, em 1965, 1969 e 1971. Como carnavalesco solo foi responsável pelo bi-campeonato, em 1974, com “O Rei de França na Ilha da Assombração” e em 1975 com “O Segredo das minas do Rei Salomão”.

Na Beija-Flor, com ousadia e luxo, possibilitou os títulos em 1976, 1977, 1978, 1980 e 1983 e, entre outros vice campeonatos, o de 1989, “Ratos e Urubus, Larguem a Minha Fantasia”. O Cristo Redentor, caracterizado de mendigo, gerou controvérsias com a Igreja Católica. (pt.wikipedia.org/wiki/Joãosinho_Trinta /acesso: 19 de dezembro de 2011, às 15h)

Morte de Cesária deixa vazio ao povo e ao mundo artísticoé a cabeça da matéria da ANGOP Agência Angola Press África, em 19 de dezembro de 2011, às 16:43, para noticiar o desparecimento da grande Cesária Évora. A cantora cabo-verdiana morreu aos 70 anos, no último sábado, (17), no hospital Baptista de Sousa, em São Vicente, Cabo Verde, onde estava internada.
(Grande Cesária Évora/foto: divulgação)

O embaixador da República de Cabo-Verde em Angola, Domingos Mascarenhas, enalteceu a artista cabo-verdiana, também conhecida como adiva de pés descalços”, ao relatar queFicamos pobres em termos de projecção musical, estamos de luto, o nosso país é tão conhecido graças aos feitos que Cesária deu, através de sua voz, e das suas mensagens musicais, não acredito que vai aparecer alguém tão cedo para fazer o mesmo, para o povo cabo-verdiano ela sempre será a nossa embaixadora”, sublinhou. (ANGOP/Luanda – Segunda Feira , 19 de dezembro de 2011, 19:55)

(Cesária Évora/acervo: harmusica angola press)
As horas luminares estarão + cheias de graça, arte e encontro de velhos amigos para cenas, risos e palcos. Sérgio Brito, um lord da cena brasileira, Joãosinho Trinta, sem trava na língua, e Cesária Évora, a grande dama da música afro cabo-verdiana, descansem em paz. A nossa saudade não tem preço, mas mantém o aplauso.

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