Uma Diva
por maneco nascimento
Nem sempre nos damos conta de que o imponderável pode nos colher de surpresa,
a qualquer instante, no abrupto da hora, com avisos demonstrados em sinais deixados
no cotidiano, ou com tempo de depurar a espera.
Assim culmina a humanidade. Para realizar a máxima de nascer, para a vida e à vida do
palco, da cena, da profissão escolhida.
Crescer para a independência, para conquistar novas terras e horizontes ampliados.
Reproduzir os exemplos, aprendizados e as referências de passagem por este planeta e
fenecer pelo sono, descanso físico e o espiritual que alça o missionário ao segundo
plano, ou primeiro na escala de ascensão da alma.
Entender, aceitar, conseguir desligar-se dessa estadia de aprimoramento moral, de
etapas a serem conquistadas na gradação do espírito ao lúmine primordial. Assim
nasce-se e assim morre-se. Faz parte do “show” de cada um(a), brilhar e depois
recolher-se ao ocaso natural da natureza humana, em qualquer que seja a experiência
a ser laborada.
A madrugada deste sábado, 5 de dezembro, nos colheu a todos com uma surpresa de
algo já esperado.
A transição da doce e deleite senhora da cena, Marília Pêra. Uma das maiores atrizes
do teatro, por excelência, cinema e televisão brasileiros. Ela que conseguiu, através da
telinha mágica alcançar maior platéia nacional e estrangeira, também, haja vista a
exportação da teledramaturgia brasileira.
Senhora do palco, para dramas e musicais. Premiada no cinema com um tempo de
entrar, dizer muito bem um texto que arrecadasse a atenção de seu público e
desaparecer com seu sorriso característico.
Introduzir suas ironias delicadas, seu
Introduzir suas ironias delicadas, seu
humor degustado para causar maior efeito sobre o riso da recepção, sua voz anasalada
e de nuances ricas de intenções e atenções às vozes sociais e falas devotadas de
autores, dramaturgos, roteiristas e de detentores/as da magia da mentirinha, do fingimento,
da arte de persuadir, através da construção da personagem, sempre em busca de um
autor(a) e de um(a) intérprete.
(Marília em foto de 2012/fonte wikipédia)
de ser atriz e diretora de teatro, cantora e outras facetas que acompanham a
personagem das personagens da construtora de verdades, através do fingimento.
Marília era, é assim. Intensa, íntegra em suas personagens, carismática e dominante da
cena pensada nos solilóquios e monólogos interiores, que se nos dominam quando
envoltos com sua majestade a personagem.
Era a sempre mulher da cena e das verdades cênicas. A Marília, de Pixote, premiada. A
Marília, de um telefonema em Central do Brasil. A Marília, de Dias Melhores Virão, em
que rouba o emprego da amiga ingênua e segue em seu lugar ao estrangeiro.
A televisão perde um dos seus mais respeitados e humorados tempos de dizer um
texto simples. Garimpar no varejo melhores intenções ao texto teledramático e ainda
dar um ganho às personagens que chegaram as suas mãos.
O teatro, sua fama e sua lua de São Jorge e de Gagarin. De Roda Viva; Adorável Júlia;
Doce Deleite; Brincando encima daquilo; A Estrela Dalva, Elas por Ela e um infindável
mundo da fantasia e do prazer de ser atriz.
Seu último trabalho na televisão, com o parceiro Miguel Falabela, foi na divertida série Pé na Cova, em que dividia carinho,
Seu último trabalho na televisão, com o parceiro Miguel Falabela, foi na divertida série Pé na Cova, em que dividia carinho,
afetos e refresco do conturbado mundo biz do(a) artista, ao representar quase ela mesma
em tom confidente com o grande amigo de palco e bastidores.
[ATRIZ MORREU NESTE SÁBADO (5), NO RIO DE JANEIRO
Marília Pêra morreu na manhã deste sábado (5), aos 72 anos. A atriz estava em
sua casa, em Ipanema, Rio de Janeiro, e sofria com um desgaste ósseo na região
lombar - ela chegou a ser operada e precisou se afastar do trabalho por um ano.
Rumores recentes indicavam que a veterana havia sido diagnosticada com câncer
no pulmão e seu estado de saúde inspirava cuidados. No entanto, a família da
artista fez questão de negar.
Durante a chamada do "Jornal Hoje", da Globo, Rodrigo Bocardi confirmou que
Marília sofria com a doença: "[...] morreu em casa, em Ipanema, no Rio, aos 72
anos. Ela tinha se tratado de um desgaste ósseo e já tinha sido diagnosticada
também com câncer".] (http://www.msn.com/)
Da atriz em seu tempo de ser Estrela
Além de interpretar, Marília cantava, dançava e atuava também como coreógrafa,
produtora e diretora de peças e espetáculos musicais.
Filha dos atores Manuel Pêra e Dinorah Marzullo, Marília pisou no palco de um teatro
pela primeira vez aos quatro anos de idade, ao lado dos pais, que integravam o elenco
da companhia de Henriette Morineau.
Dos 14 aos 21 anos atuou como bailarina e participou de musicais e revistas, entre
eles, Minha Querida Lady (1962), protagonizado por Bibi Ferreira. Segundo Marília, ela
passou porque os diretores estavam procurando alguém que poderia fazer acrobacias,
o que era raro naquela época.[1]
Outras peças como: O Teu Cabelo Não Nega (1963), biografia de Lamartine Babo, no
papel de Carmen Miranda. Voltaria a viver o papel da cantora no espetáculo A Pequena
Center, em Nova Iorque (1975), dirigido por Nelson Motta; na única apresentação A
Marília é a atriz que mais atuou sozinha nos palcos, conseguindo atrair o público
Nos anos 60, chegou a ser presa durante a apresentação da peça Roda Viva (1968)
de Chico Buarque e obrigada a correr nua por um corredor polonês. Foi presa uma
segunda vez, visto que era tida como comunista, quando policias invadiram a
residência, assustando a todos, inclusive o filho de sete anos, que dormia.
Em 1992, apresentou o musical Elas por Elas, para a TV Globo. Ao lado da
cantora Simone e de Cláudia Raia (...)
Em 2008, foi protagonista do longa-metragem, Polaróides Urbanas, de Miguel Falabella,
onde interpreta duas irmãs gêmeas." (www.wikipedia.com.br/acesso 05.12.215 às 16h51)
Em paz e à Luz o brilho da estrela Marília Pêra. Evoé, Marília!
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