por maneco nascimento
A Casa da Cultura de Teresina recebeu a Exposição: Assédio Sexual, dia 08 e fica até dia 31 de outubro de 2014, na Sala Anexa da Galeria "Lucilio Albuquerque". O Projeto da artista plástica mineira, mas radicada no Tocantins, Marina Boaventura, chegou a Teresina através do amazôniasdasartes.
(cortejo pelas ruas de centros urbanos em cidades visíveis e invisíveis/divulgação)
"A artista passou por situações de assédio moral no trabalho e foi submetida, dentre outras imposições, a trabalhar em uma sala insalubre. Por esta razão, foi afetada por uma intoxicação grave, lenta e silenciosa. Enquanto estava doente, começou a fazer um vestido onde ela desenhou, escreveu, pintou e bordou o que estava vivendo naquela época. Costurou por vários meses, dia a dia, lentamente, este vestido 'kitsch', mas totalmente fiel à repudiante situação que ela viveu."
A obra que veste a artista, enquanto (re)vestiu a experiência cosida na mora de maturar e curar-se da enfermidade imposta pelo assédio moral, é tema variável sobre o mesmo tema e denuncia o quanto estamos sujeitos à expiação de dores impositivas em tempo de desenhar a vida, retalhos de vivências, emendadas e marcas do destino.
Com o vestido construído e peça de Exposição, reflete a alma da artista, com suas cores e alinhavos de viver. Antes de expor, explica a artista, ela visita espaços públicos, logradouros em cortejo de representação e apresentação da obra viva, em transeunte de aproximação da memória afetiva da criadora com a recepção do público curioso e passante da rua e sítios visitados.
Em Teresina, o Vestido e seu "cavalo" visitaram ilhas de canaranas sobre o rio Parnaíba, a Praça Rio Branco, o Shoping da Cidade e a praça de convivência desse Shoping popular. Nessa Praça descansou sobre as vestes e apreendeu o tempo de ver, observar, solidarizar-se e ou estranhar dos transeuntes e espectadores interativos à obra.
Na cidade verde, o cortejo
da artista plástica Marina Boaventura recebeu o flagrante fotográfico de
Maurício Pokemon. Também há, na Exposição, uma instalação vídeo
experiência da artista em sua passagem pela cidade. Tanto as fotografias “stil”
como o filme reproduzido, ininterruptamente, flagram a andejante pelas ruas e
logradouros, vestida em sua obra de arte. “Andrajos”, em composição de segunda
pele, confeccionada quando esteve proibida de trabalhar.
Deitar sobre o vestido, no pátio
interno, segundo pavimento, área de trânsito do mercado popular dos camelôs
(Shoping da Cidade). Também pisou sobre as canaranas, mata de capim
grosso aquático que se estende sobre o leito do velho monge e apreciou a vista
à Timon, cidade maranhense que divide as águas do Parnaíba.
Por entre as lojas do Shoping dos
camelôs interagiu entre curiosidade e espanto dos comerciantes que
recepcionaram a mulher e seu longo vestido de retalhos e emendas da vida
ativada à moeda da denúncia e reflexão do mundo cão que se nos apresenta, quando se diz não à regra da convenção.
Em cada cidade por onde a artista
plástica pratica a sua visita, de Exposição, parceriza com artistas locais e
circula locais populares do centro das cidades para visíveis e invisíveis. Desceu e subiu escadarias, cruzou viadutos, marcou praça no Troca
Troca.
Para sua peça de vestir e expor,
veste de calda longa colorida e
bordados, com várias folhas de tecidos em seda e outros panos pintados pela
artista, colorizados sobre a cor original com tintas não tóxicas. Os
motivos bordados, flores; santos
populares de devoção sincrética (de América e Ásia); temas de assédio moral e
sexual; coerção, mitos e ritos pagãos e católicos, releitura aproximada da vida
comum ao Grito de Munck, como registro de assédio moral.
Bordados de frases e orações:
“Lágrimas de sangue”; um coração de Maria, sobreposto em busto cosselê de +
informações, também guarda expressionismos da arte da artista que reproduz dor,
fé, calma, sofrimento, renúncia, ascese e recuperação da alma contida pela
força do poder autoritário.
Veste-se de experiência e
demonstra sua estética e plástica para atrair a atenção reflexiva e marcar
história de resistência e força de sobreviver, bem. E contar aos outros sua
história de retornar à luz do eu no outro que é isto e aquilo e nunca isto ou
aquilo do pensamento racional ocidental.
A Exposição: Assédio Moral,
que ainda mantém-se em Teresina até dia 31 de outubro de 2014, na Casa da
Cultura de Teresina, na Sala Anexa da Galeria “Lucílio Albuquerque” é de
expiação pública superinteressante e justifica a visita.
(deitada em berço esplêndido: a própria obra/divulgação)
Leia essa emoção plástica, só até 31 de outubro.
Serviço:
Exposição: Assédio Moral
De Marina Boaventura
Na Casa da Cultura
Seg. a sexta – 8h às 12h/ 14h – 18h
Sábado – 9h às 13h
Classificação Livre
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