em jogos na dança
por maneco nascimento
O Balé da Cidade de Teresina realizou sua quarta edição do Projeto 6ª às 6, ação lúdica que
interage com o público convidado e curioso da dança. Metalinguagem na dança
improvisada e estímulo à participação da assistência, quando o corpo fala e
dialoga com quem estiver + próximo e dentro da dramaturgia de liberdade
sugestionada.
(quintal de folhas secas a miméticos interais/imagem divulgação ABCT)
Na última sexta feira, 3 de outubro, às 18h30, na Galeria de
Arte “Lucílio Albuquerque”, pavimento superior da Casa da Cultura de Teresina,
a ambientação era de quintal e folhas secas em mimetismos de jogos de dança.
Um Projeto de encenação, idealizado por componentes da Cia.
de Dança Balé da Cidade de Teresina, provoca “Venham e sintam-se à vontade para
entrar, ficar de pé, sentado, deitado, parado... enfim...” e franqueia a
Entrada para quem quiser observar, participar e “conluir” no resultado em
construção.
Exercícios da espacialidade de licença poética e bichos e
homens e mulheres e dança e partituras, viabilizadas na língua e linguagem
expansionadas, de corpos falantes. O Balé da Cidade de Teresina convida e
recebe respostas imediatas.
Para a recepção curiosa, “rastejantes” elegantes remexem-se nas
folhas, em temporalidade de existência e para cor natural, de tempos existidos,
a compor os dias de repetição da natureza e de outros seres, povoadores da
memória afetiva de territórios sombreados. Misturam-se à textura e sobras no
terreiro em festa de composição e envolvimento do ato cênico.
Corpos e desenhos em grupos ativados alegorizaram beleza do
vento em corredor de passagem pelo habitat da dramaturgia sugerida. Os sons e
barulhos prospectados do vácuo, recheado de ruídos intrínsecos, rompem do
quintal das folhas secas, deslocadas e reorientadas no desmanche e
desconstrução da cenografia nativa.
O exercício dramático livre contemporâneo, da reinvenção da
própria linguagem, ocupa espaço, desocupa o simétrico e alinhava novas
estratégias não só de liberdades consentidas e provocadas na dança, como também
estimula a participação ativa, na cena, do público disposto a interagir na
brincadeira séria de ser e estar dança e busca, no desejo, do outro que verseja
na órbita do eu, implicado a conflitos e retornos das buscas estéticas.
(pés que andejam e mimetizam-se com o habitat/image face Vanessa Nunes)
As folhas, o vento, a intrusão dos intérpretes criadores na
zona de conforto da plateia, enquanto “sujam” a assistência, ou impõem esta a estar
contida no habitat de encenação, é de uma satisfação cúmplice, na medida em que
dentro ou fora da brincadeira, sempre contém espécie partícipe nos jogos
dramáticos de égide construtivistas, plástico artístico de detenção da atenção
de quem se propõe a ser plateia do Projeto
6ª às 6, facilitado pelo Balé da Cidade de Teresina.
(arte divulgação do Projeto em edições anteriores/2014)
Quem se propôs a mergulhar no jogo conseguiu prazer +
completo que aqueles que somente assentiram, assistiram ou até estranharam os
movimentos conspirados em forçosa alegria de trazer para dentro da dramaturgia
a participação do artista de cada um. Ótima proposta e resultados conseguidos
in loco.
Parabéns ao Balé da Cidade de Teresina que extrai nova
perspectiva de aproximar + seu público dos laboratórios da criação e da
exposição estética de que acredita em seus tratados de arte e cultura da dança,
sem descoberta da pólvora, mas fogo próprio para lampejos de aprendizagem e
construtiva acepção das liberdades criativas.
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