Ternura é pouco
por maneco nascimento
A eterna Ternurinha volta a Teresina em nova investida aos fãs
incondicionais. A musa da Jovem Guarda, Wanderléa, desembarca na cidade para,
dia 21 de março, cumprir felicidade em + uma edição do Projeto Seis & Meia.
Nessa sexta feira, 21, a partir das 18h30, o Projeto Seis & Meia
reverbera ecos da memória da Jovem Guarda, em revisita à história da MPB e
revigor do prazer de fazer cantar a nossa Wandeca.
Wanderléa & Banda, que
terá como janela musical a cantora Iracema Teles, não fará barato e promete
deixar na cidade um rastro do furacão da nossa velha e boa canção brasileira. Com
a energia de bela tremendona, das tardes domingueiras da MPB, Wandeléa nunca
deixou de lado o que a fez original, carismática e dona de seu próprio espaço
de se fazer artista nacional.
Desde jovem apelidada de Ternurinha, por motivos que nem ela mesma
saberia explicar, Wandeca nasceu Wanderléa Charlup Boere Salim, em Governador
Valadares (MG), no dia 5 de junho de 1946. Tomou sucesso durante a Jovem
Guarda, na parceria de hits famosos que dividiu com os amigos Roberto Carlos e
o querido tremendão, Erasmo Carlos.
Como atriz atuou em filmes brasileiros, protagonizou “Juventude e Ternura”,
de 1968, direção de Aurélio Teixeira. E coadjuvou em “Roberto Carlos e o Diamante
Cor-de-rosa”, também de 1968. A direção de Roberto Farias, em “Roberto Carlos e o
Diamante Cor-de-rosa”, reunia, na contracena da Diva, Erasmo e Roberto Carlos. Ainda
passou Ternurinha, nunca batida, por outras telas de cinema.
Essa descendente de libaneses, com sangue quente para brilhar, compôs a
própria partitura em nome, beleza física e vocal, e uma razão para ser quem é,
a Ternurinha que o Brasil não esquece. Antes do nome conquistado, Wandeca
corrigiu a vida simples de qualquer brasileira. Passou a infância em Lavras
(MG) e aos nove anos de idade acompanhou a família em mudança ao Rio de Janeiro,
para onde foram ela, os pais e os irmãos tentar uma vida melhor.
Sem ainda saber que se tornaria uma
das mais importantes cantoras brasileiras, Ternurinha já se engajava na
profissão desde os 10 anos de idade, quando passou a ganhar concursos em rádio.
Aos 15 anos cantava em boates e, como era menor, pedia autorização ao
juizado de menores e aos seus pais para assinarem. No começo, o pai não
aceitava a carreira da filha, mas com o tempo entendeu que a jovem tinha
grandes talentos musicais.
Em 1962 lança o primeiro compacto. Já, no ano seguinte, sai o primeiro
Long Play. O LP “Wanderléa”, com selo da CBS, é mesmo seu primeiro pulo da
gata. Conhece, na Gravadora, Roberto, com quem manteve um “affair”, e Erasmo
Carlos.
Em agosto de 1965 passa a apresentar o programa “Jovem Guarda”, pela TV
Record, de São Paulo. Nas jovens tardes de domingo, tantas alegrias e uma das
maiores audiências da época. Lançou diversos artistas que por ali passaram para
compor o set da geração 60.
Com Celly Campelo estava formado o ícone das
primeiras estrelas do rock brasileiro. Um dos vértices do triângulo da Jovem Guarda,
essa Mulher que fechou com dois homens, cantores e compositores, uma parceria
de sucessos que o tempo não devora, é toda bossa nossa.
Ao fim de um dos movimentos da música popular brasileira, as ondas do
iêiêiê, a Bela surfou em carreira solo e deu-se + que muito bem, porque é de
sua pecha estelar ser cantora pop. Com sua voz caliente e aveludada, Wandeca
continua se apresentando e indo onde seu público está e revisita seus maiores
sucessos, entre eles, “Pare o Casamento”, versão de Luís Keller, “Ternura”, de Rossini Pinto, e “Prova de Fogo”,
de Erasmo Carlos.
(Ternurinha Wandeca/divulgação)
Outro grande sucesso, de Wanderléa, foi trilha sonora de teledramaturgia
nacional. "Te Amo", de Roberto Correa
(dos Golden Boys) e Sylvio Son, participou da trama de personagens da novela “Caras
& Boca (Rede Globo). Ela já havia emprestado sua voz e interpretação para
outras tramas dos anos 90, “Pedra Sobre Pedra” e “Torre de Babel”. Essa canção
e seu carisma de voz, vida, segredo e revelação profissional a trouxeram de
volta à mídia com a força da telinha nacional.
Tragédias pessoais povoaram a vida de Ternurinha e, quando perdeu um
filho em acidente doméstico, Rita Lee presenteou-a com “Menino Bonito”. Ela aguentou
o tranco da perda e, linda que me sinto enfeitiçado, está aí para contar a
própria história e cantar a canção brasileira.
A apresentação de Wanderléa & Banda, dia 21 de março, sexta feira,
encontra calor no Projeto Seis & Meia, uma das melhores agendas em
Teresina. Dessa vez, o Projeto acontece na Galeria do Clube dos Diários,
enquanto o Theatro 4 de Setembro finaliza reforma e reestruturação de
equipamentos de caixa cênica da Casa principal de espetáculos.
Projeto realizado pelo Governo do Estado, através da Fundac e Theatro 4
de Setembro, também traz a cantora convidada, Iracema Teles, que emprestará sua
energia em cantar a força da terra e o tempero vocal em música que a faz tão
bem. Iracema abre o show da Ternurinha.
(Iracema Teles também no Seis & Meia/divulgação)
Os ingressos já estão disponíveis na administração do 4 de Setembro. Informações
pelo telefone (86) 3222 7100. Não perca tempo, os ingressos são limitados.
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