A cidade esburacada
por maneco nascimento
Não é preciso ir muito longe, ou se deslocar em grande esforço de procura para ver que a cidade tem sofrido modificações em ruas e tem sobrado muitos buracos, depois do “servicinho” realizado pela Agespisa? As obras seriam para a substituição dos canos de ferro por outros de PVC. Até ai, de boas intenções de políticas públicas caras ao contribuinte, nada a reclamar.
(vista áerea de Teresina/acervo: tripadvisor.com)
O problema é a herança que fica aos moradores das ruas e bairros por onde essa obra caminha. Andar de carro por ruas do bairro Monte Castelo, por exemplo, tornou-se um problema de polícia, já que de política administrativa municipal não parece ser.
Os locais em que foram realizadas escavações ficaram calçamentos desnivelados e muito barro vermelho e poeira povoando esses dias do sol inclemente. No período das chuvas deve ficar + grave.
Na Esmaragdo Freitas, bairro Piçarra, rua em que resido, ficou um trançado em percurso esburacado, pontos rebaixados do calçamento, total desnível de interesse em melhor finalizar os serviços “possibilitados” aos comunitários.
A dúvida é se as terceirizadas e empresas detentoras das licitações públicas estão satisfeitas com a pechincha, ou se fica mesmo no acordo de realização a negligência disfarçada.
De sorte é que nunca se sabe de quem seria a real responsabilidade de deixar as ruas e bairros como foram encontrados, antes das obras estruturantes de escoamento de água às residências.
A competência é da Agespisa, da empresa vencedora da licitação, da Prefeitura de Teresina? O contribuinte, como diz o ditado popular, é quem sempre paga o pato. E, se dormir no ponto, será o próprio pato, no pejorativo setentão.
Não tenho observado como essas obras se finalizam em áreas + nobres da cidade. Tenho visto, sim, nas ruas mais próximas do entorno do centro de Teresina por onde o serviço passou. O asfalto fica diferenciado também. Mas, nos circuitos naturais de trânsito, a maquiagem precisa ser melhor apresentada. Agora em bairro? Quem está vendo ou vai cobrar publicamente?
(vista de Teresina/acervo: hipernovas.org)
“Brasileiro, é tão bonzinha!”, dizia o jargão de personagem de programa de humor, encarnada pela atriz estrangeira Kate Lira. De fato, o brasileiro é tão bonzinho mesmo. Pelo menos há uma grande e boa parcela da população do país que paga as contas regulares, mantém os salgados impostos públicos sempre em dia, só atrasa prestação quando é impossível honrá-la e é pouco reclamão.
Buraqueira na porta de casa, poeira virando hábito contumaz no dia a dia e tudo a + pode parecer uma coisa normal, porque “no Brasil é assim mesmo.” Somos um país extraordinário! Polícia mata juíza, porque grupo de extermínio na terra brasis é coisa oficial.
Anões do orçamento, valeriodutos, dinheiro nas meias e cuecas, propinódromos a escolas de Brasília até os + distantes rincões nacionais, tudo é fichinha azeitada para terra de macunaímas e “firulas de imprensa”.
(detalhe fachada Congresso Nacional/acervo: 4photos.net)
Os velhos verbos da corrupção ganham novas capas e desdobramentos insutis. Tomam-se de regras lupinianas ao Trabalho em fundações Pró-Cerrado; fundações psdsistas com assinaturas falsas, faxinas éticas desdobradas em discursos oficiais de mata e cura, ou para um morde e assopra parceiros de passado colados no calcanhar de eu quis eles. Tudo é mote à imprensa.
E, espera-se que a imprensa não seja amordaçada, senão será anarquia geral e irrestrita. Assim como toda a natureza humana, os vieses da notícia têm seu quinhão de maniqueísmo. Mas liberdade de imprensa ainda é Constitucional.
O direito a ter direito é direito de todos, de toda a imprensa, a de chapa branca e a de chapa neutra e “imparcial”.
Os do partido de melhor aparelhamento financeiro e político e classista popular clamam, em reuniões de companheiros, a reinvenção de estatutos ou lei de regulação da imprensa. Para os + esclarecidos, regulação da imprensa é Lei da Censura em eufemismo de bom moço com discurso disfarçado à auto-proteção.
O que corrupção e lei de regulação da imprensa (censura) têm a ver com buraqueira na cidade? Talvez nada, ou talvez tudo. Quem divulga e quem denuncia os buracos nas ruas da cidade?
A quem se deveria recorrer para reclamar deveres do estado em respostas ao contributo cidadão? À imprensa fechada, à aberta ou a das redes sociais ilimitadas?
Nalgum espaço é preciso que se lembre aos políticos, empresários, empresas e convênios planejados ao oficio de políticas públicas que o deus das sociedades ainda é o povo. Ele parece ainda não ter entendido muito bem esse principio social de ação manifestada.
Quem nos salvará da buraqueira nacional? Ninguém menos que o direito cidadão.
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