Amigos e associados do Vinil Reggae
por maneco nascimento
Hoje, dentro da programação de aniversário de 121 anos do Theatro 4 de Setembro, tem Clube da Radiola e com participação especial da Associação de Colecionadores de Reggae Vinil de Timon, no Espaço Cultural "Osório Jr."/BCD, às 19 horas.
O Clube do Radiola, que estreou seus serviços neste mês de agosto, e manda a cada semana, no começo dela, na segunda, o encontro de amigos, amantes, colecionadores e ouvintes da música vinil que, como Elvis, não morreu.
Nesta segunda, 31, o encontro reúne colecionadores de duas cidades, aproximadas por identidade de fronteiras e afinidades culturais regionais, os de Teresina, Piauí, e os de Timon, Maranhão. Teresina a Timon e de Timon a Teresina, a mesma distância de encontros, separada apenas por um rio, o Parnaíba, Velho Monge.
O convidado colaborador da noite de hoje, 31, é uma convidada. A Associação de Colecionadores de Reggae Vinil de Timon que promete aquecer e embalar os melhores hits de hoje à noite no Clube de Radiola.
A Associação vem construindo sua identidade de reunir, juntar os amigos e tocar o vinil que todos gostam e ouvem. Já ensaiam a afirmação de implantação oficial da sede própria e, por enquanto, funciona na Rua 02, na Vila Osmar, em sede provisória.
E, à frente, estão os amigos Tota Eulálio, Wellington Oliveira, Neguinho da Time Som (precursor do reggae, em Timon, toca há 32 anos, animando festas, todos os sábados, na Time Som) e Afonso Love. Surgiu como movimento de agremiação, em setembro do ano de 2014.
Atualmente, é composta de 14 equipes que dividem as tarefas e fazem as festas e bailes reggae. Entre os associados, equipes conhecidas como a do Mauro Roots, Zezinho, Tina Roots, Reginaldo Roots e Ricardo. Há, no coletivo, umas 50 pessoas e com Associação há mais empenho reunido, de divulgar a as ações e a cultura comum a todos.
Ela vem para ganhar espaço, levar aos bairros, zona rural. Segundo Tota Eulálio, o encontro que realizam na zona rural, por exemplo, deixou de ser encontro e virou festa/baile. Nos encontros de reggae toca-se, além do reggae, MPB, Roberto Carlos, mas a prioridade sonora é para reggae. Eulálio garante que o movimento quer é "esclarecer que o reggae não é sinônimo de drogas. Mostrar também o material vinil para não se perder a memória dessa memória musical", afirma.
A Associação está sendo criada para trazer de volta o vinil. Afonso Love lembra que as gravadoras reggae de Londres reativaram a produção de vinil e, quem gosta, não deixou de ouvir o vinil, nem reggae.
Neguinho da Time Som começou a se interessar pelo reggae, em 1974. Se interessou pelo ritmo, batida da música, pegada para dançar. Viajava de Bacabal ia a São Luís. Lá na capital ele ouvia a música no rádio, "achou bonito", diz. De volta a Timon, passou a divertir as pessoas e tocar as músicas românticas, mais o reggae, nos bailes.
O Zé Filho, o presidente da Associação que não pode estar nesse encontro para falar da entidade, também tem todo o interesse em divulgar o trabalho da Associação e o vinil, declaram. Todos têm uma afeição muito especial pelo ritmo musical, "A paixão maior é o reggae. Amo o vinil, mas a paixão é o reggae vinil. Há o eletrônico, mas gostamos do vinil que é mais instrumental" entrecruzam as falas, enquanto reafirmam o amor pelo reggae vinil.
Wellington Oliveira diz que "a letra reggae americano é de paz, harmonia, se houve mais o instrumento da música", fala com propriedade de bom ouvinte. Os meninos dizem que a Associação realiza quatro eventos por mês, aos finais de semana. De certo, uma das vezes é de responsabilidade de cada equipe associada e as outras ficam planejadas e pulverizadas para a realização das festas pela Associação. Os encontros começam ao meio dia e vão até às 00h.
Tota diz que as festas são muito familiares. são formadas por pessoas que você vê sempre nos encontros. As crianças e os pais estão presentes. Todos levam a família. A família acompanha o Projeto, "é um reggae família, familiar, então a família sempre está presente", conta. E "ai se não levar", brinca Afonso Love.
Geralmente as pessoas solicitam os encontros do reggae. Da primeira vez em que a gente chega para fazer o reggae, elas ficam meio a observar e logo se aproximam e participam. "Depois da primeira vez, as pessoas querem mais outra reunião de reggae. A partir do momento que se argumenta e mostra o trabalho, as pessoas ficam mais interessadas", confirma Tota Eulálio.
Neguinho do Time Som e Afonso Love fazem um mapeamento dos municípios onde há uma grande penetração do reggae. Levantam que o reggae se espalha por Miranda, São Mateus, Caxias, Codó, Santa Rita, São Bernardo, Rosário, Alcântara, Cururupu e em São Luís, aponta Love, "é muito forte a manifestação de bailes, festas, bumba meu boi, quadrilha, tambor de crioula, dança portuguesa e reggae". Diz, que é grande a penetração na cidade.
Os associados se reúnem às segundas feira, a partir das 19h30. A pauta sempre se dá pela avaliação e perspectivas da programação de antes e depois das festas. Cada equipe faz sua festa a cada mês e data escolhida.
Aos encontros a Associação criou um sorteio para democratizar o tempo das equipes, durante as festas, quem começa e quem termina. Assim se evitou as confusões e choques de privilégios. A agenda, de uma vez ao mês, é feita a partir da escolha da data de cada equipe para sua festa.
As agendas são de janeiro a novembro. Agendada a data de cada equipe associada, "fica tradicional, para festejar o aniversário da equipe, no mês, por exemplo, o associado escolhe o dia", fala Tota. Em janeiro é mês da festa e Feijoada do Espaço Eulálio, a primeira festa do ano e, em dezembro, é a data da confraternização da Associação, endossa.
Sobre as festas realizadas, elas são abertas, a não ser quando trazem atrações de fora. "A gente faz o convite, negocia custos, divide as despesas entre os contratantes e depois fecha a ação", informa Wellington Oliveira e acrescenta "quando se convida gente de fora tem que ter porta, para cobrir as despesas e pagar o artista".
Curioso em saber como funciona, em dias de festas, que há convidados de fora, visto que os bailes são abertos aos adeptos e associados, em outras ocasiões. Eles informam que a porta é aberta do meio dia às 19 horas e que, a partir das 19h até às 02 horas da manhã é com a porta fechada, "quem chega terá que pagar". Chegou antes desse horário, não paga e fica dentro, quando as portas são fechadas. Para trazer o artista têm que alugar som e o Clube, então os custos saem da bilheteria de porta.
As equipes que compõe a Associação são a Lyon Roots; Mesa de Pedras; Casa da Música; Jamaicanos do Vinil; The Power Sistem; The Classics; Panelinha do Vinil; NRD - Novatos do Reggae; Cia do Vinil; Star Reggae; Amantes do Vinil e, em Teresina a Associação mantém relações com a Dred Lion e a RBS, que existe com essa mesma marca em quase todo o nordeste. O grupo de Teresina que participa da Associação é o Studio Bulldog e há o pessoal de Caxias que acompanha a Associação.
A Associação tem o "Projeto Rotação 45" de divulgar o reggae vinil nos bairros e na zona rural, contam. Por fim, o grupo participante da Agremiação finaliza a conversa, ainda acrescentando que o reggae daqui de Teresina é mais batida dance house e o de Timon é reggae roots.
E que para os shows, com artistas que vêm de fora, há a Banda Rebel Music, de Timon, composta por três músicos que são de Teresina e de Timon. Relação com festas daqui de Teresina, a Associação mantém com o Tropical Bebidas, no bairro Três Andares, em que há uma permuta de convite para participar de festas.
segunda-feira, 31 de agosto de 2015
A Grande feita
Festa Lusófona
por maneco nascimento
As ações do Festival de Teatro Lusófono tiveram festas de encerramento no Teatro Estação (nos Trilhos do Teatro)/Espaço Cultural Trilhos, a partir das 23h30, do dia 30 de agosto, quando foi apresentado o resultado de A Grande Festa.
Ato coletivo que envolveu artistas locais de variáveis linguagens artísticas e teve como facilitador, da performance, o ator e diretor do Teatro Extremo, de Almada, Portugal, encenador Fernando Jorge Lopes.
Referenciado na Carta de Declaração dos Direitos Humanos, os processos elaborativos e formalizadores do encontro ao resultado proposto, ocorreram no Memorial Zumbi dos Palmares e fez parte do Programa Formativo (Oficinas e Palestras) do FestLuso 2015 Ano Tarciso Prado.
Para as respostas aos estímulos consentidos, A Grande Festa mostrou a cara de alegria, liberdades, cores, juventude transversada, expressões, estéticas de vestir, mover-se, rir, dançar, construir arte pictórica in loco e repercutir gêneros e, fez-se, ainda, imagens audiovisuais, sons e corpos falantes, baile e intervenções integrativas de público.
Começou no Teatro Estação e finalizou na calçada da fama, extensão da Estação Ferroviária/Galpão Ponto de Cultura nos Trilhos do Teatro.
Em ato (10)articulado artístico, ou não necessariamente tão designável assim. Ação manifestada, a anarquia de se fez representar e ser pessoa intransferível. Um dos performers queima a bandeira da arte, a peça pintada durante o primeiro momento da performance.
A representação contemporâneo pictórico expressionista, tela/painel vertical, em tintas pinçadas qual farpas de cortes, pelo matiz dos pincéis. Um tecido da bandeira branca , de um, talvez, rei de espadas é queimado na rua, na manifestação pública de dar visibilidades às vozes sociais presas nas gargantas das massas manifestadas.
O corte dialético de fechamento do discurso público, se dá com uma grávida, barriga exposta, do outro lado da rua, acenando com a bandeira de cores d'África.
A Grande Festa, liberdades e artístico configurados em cena aberta marcou a primeira festa do FestLuso, na noite de encerramento da Cena Lusófona, instalada em Teresina, de 24 a 30 de agosto.
Depois daí, da ação quente, foi só tempo de congratular com os parceiros lusófonos que ainda estavam na cidade, entre tantos que participaram e foram para sempre voltar. Atores diretos e indiretos da maratona de teatro em praças (Pedro II e João Luís Ferreira, em Teresina, PI Brasil, e São Benedito, Timon, Ma Brasil); Casas de espetáculos (Teatro do Boi, Theatro 4 de Setembro, Teatro Estação) e espaços culturais, FestLuso Shows Musicais (Espaço Cultural Trilhos e Café Theresina).
A Cena que é nossa Língua reuniu pátrias dramáticas de África, Portugal, Brasil e Macau, na China, e + uma vez interagiu diálogos de vozes lusófonas, falas sociais em práxis dramatúrgicas e linguagens de aproximação de fronteiras do ato Lusófono.
Justiça de registros: obrigado a todos que abriram fronteiras de parceria à realização plena do FestLuso. Obrigado ao SIEC que viabilizou o patrocínio do Armazém Paraíba e ao apoio Cultural do Governo do Estado, Secretaria de Estado de Cultura do Piauí, Casa de Portugal em Macau/China, Fundação da Cidadania e PMT de Timon, no Maranhão.
Evoé, Cena Lusófona.
FestLuso +!
Harém 30 Anos!
por maneco nascimento
As ações do Festival de Teatro Lusófono tiveram festas de encerramento no Teatro Estação (nos Trilhos do Teatro)/Espaço Cultural Trilhos, a partir das 23h30, do dia 30 de agosto, quando foi apresentado o resultado de A Grande Festa.
Ato coletivo que envolveu artistas locais de variáveis linguagens artísticas e teve como facilitador, da performance, o ator e diretor do Teatro Extremo, de Almada, Portugal, encenador Fernando Jorge Lopes.
Referenciado na Carta de Declaração dos Direitos Humanos, os processos elaborativos e formalizadores do encontro ao resultado proposto, ocorreram no Memorial Zumbi dos Palmares e fez parte do Programa Formativo (Oficinas e Palestras) do FestLuso 2015 Ano Tarciso Prado.
Para as respostas aos estímulos consentidos, A Grande Festa mostrou a cara de alegria, liberdades, cores, juventude transversada, expressões, estéticas de vestir, mover-se, rir, dançar, construir arte pictórica in loco e repercutir gêneros e, fez-se, ainda, imagens audiovisuais, sons e corpos falantes, baile e intervenções integrativas de público.
Começou no Teatro Estação e finalizou na calçada da fama, extensão da Estação Ferroviária/Galpão Ponto de Cultura nos Trilhos do Teatro.
Em ato (10)articulado artístico, ou não necessariamente tão designável assim. Ação manifestada, a anarquia de se fez representar e ser pessoa intransferível. Um dos performers queima a bandeira da arte, a peça pintada durante o primeiro momento da performance.
A representação contemporâneo pictórico expressionista, tela/painel vertical, em tintas pinçadas qual farpas de cortes, pelo matiz dos pincéis. Um tecido da bandeira branca , de um, talvez, rei de espadas é queimado na rua, na manifestação pública de dar visibilidades às vozes sociais presas nas gargantas das massas manifestadas.
O corte dialético de fechamento do discurso público, se dá com uma grávida, barriga exposta, do outro lado da rua, acenando com a bandeira de cores d'África.
A Grande Festa, liberdades e artístico configurados em cena aberta marcou a primeira festa do FestLuso, na noite de encerramento da Cena Lusófona, instalada em Teresina, de 24 a 30 de agosto.
Depois daí, da ação quente, foi só tempo de congratular com os parceiros lusófonos que ainda estavam na cidade, entre tantos que participaram e foram para sempre voltar. Atores diretos e indiretos da maratona de teatro em praças (Pedro II e João Luís Ferreira, em Teresina, PI Brasil, e São Benedito, Timon, Ma Brasil); Casas de espetáculos (Teatro do Boi, Theatro 4 de Setembro, Teatro Estação) e espaços culturais, FestLuso Shows Musicais (Espaço Cultural Trilhos e Café Theresina).
A Cena que é nossa Língua reuniu pátrias dramáticas de África, Portugal, Brasil e Macau, na China, e + uma vez interagiu diálogos de vozes lusófonas, falas sociais em práxis dramatúrgicas e linguagens de aproximação de fronteiras do ato Lusófono.
Justiça de registros: obrigado a todos que abriram fronteiras de parceria à realização plena do FestLuso. Obrigado ao SIEC que viabilizou o patrocínio do Armazém Paraíba e ao apoio Cultural do Governo do Estado, Secretaria de Estado de Cultura do Piauí, Casa de Portugal em Macau/China, Fundação da Cidadania e PMT de Timon, no Maranhão.
Evoé, Cena Lusófona.
FestLuso +!
Harém 30 Anos!
Lusofonias às magias
e ilusionismos de magos brasis
por maneco nascimento
O FestLuso encerrou as atividades de espetáculos, no Teatro do Boi, dia 30 de agosto, com a apresentação do espetáculo pernambucano, "Haru - a primavera do aprendiz". A encantadora peça fez sua entrada no mundo mágico de ilusionismo e truques, a partir das 18h30, a um público bastante expressivo e preso à riqueza do fantástico encenado.
A Rapha Santa Cruz Produções Artísticas, de Recife, Pe Brasil, recebeu seu público em cenário (Marcondes Lima) de mil e duas mágicas em sexta edição lusófona. Numa enorme tenda colorida e preenchida de elementos cenográficos que ambientam, com muita cuidado estético, a casa do mágico, se passa a narrativa entre o mestre e o aprendiz.
(magias e ilusionismos maestrais/fotos Silvio Barreto)
Empanada de tecidos coloridos, estampados diversos, entradas e saídas de fuga da cena, baús, tapetes, caixas mágicas, balcão de práxis às magias, lanternas amarelas (chinesas, naturalmente) e um universo detalhado de luzes, adereços e cores conferem o espaço sob o qual os mágicos geram disputas, lições e aprendizados ao despertar da primavera do aprendiz de magias.
Um espetáculo redondo e equilibrado em manifestação, de ator ilusionista e dramático, de enredar o público nas artes e ofício da construção da personagem direcionada à prática espetacular de truques, jogos de ilusão e fantástico mundo de mostrar e esconder efeitos ilusionistas.
O intérprete criador e diretor de ilusionismo, Rapha SantaCruz, na personagem do aprendiz, está no lugar certo, de entendimento, do conhecimento mágico, na hora certa. Humor econômico, mágicas expressivas e tranquilo zelo de ator/mágico que acomoda a conspiração de iludir e convencer na arte das mentiras delicadas.
(a partida do aprendiz/fotos Silvio Barreto)
O ator convidado, Sóstenes Vidal, que compõe o mago mestre trama, amplia silêncios expandidos no furacão calmo da construção da personagem, de espelhada ação nas Ásias contemplativas e, espiritualmente, centradas na sabedoria, respeito, domínio de tradições.
(Sóstenes e Rapha, humor equilibrado/fotos Silvio Barreto)
E também do humor que gira na postura rígida brincada, de definir hierarquia e pedagogia de aprendizado, na didática de transmissão de conhecimentos oralizados da cultura de identidade e pertencimentos sócio culturais. Como o mestre da trama, está um luxo de atuação.
(mestre ilusionista rígido humorado/fotos Silvio Barreto)
A concepção do espetáculo, de Rapha SantaCruz e Cristiane Galdino é clara, eficaz e dentro do universo conspirador que agiliza enredo e variações do plano dramático apresentado. A encenação e direção de arte, assinadas por Marcondes Lima, não devem falhas em qualquer momento do espetáculo.
Há um cuidado, na encenação, de aplicação detalhista, seja no desenrolar e manifestações das personagens, seja em ruídos que apresentam a chegada do aprendiz afobado, seja no mergulho dos silêncios dosados e oralizações, + estridentes no iniciante, e + concentradas de expressão e pragmáticos sonoros, arraigados de intenções e nuances das falas do mestre.
(lições de magia/fotos Silvio Barreto)
E a direção de arte, de Marcondes Lima, concorre à plástica refinada, uma caixinha chinesa com ricos detalhes de histórias, memórias e raízes de cultura a que está plantada a alegre narrativa encenada. A trilha sonora original (Marcelo Sena) é show de melodias sentimentais precioso e não poderia estar + apropriada ao que pede a história e refina o caldeirão de informações limpas.
O desenho de luz e operação, Eron Villar, metamorfoseia o já encantador universo apresentado e se integra plena aos sons e fúrias silenciosos que vêm de todo o conjunto da obra dramatizada. Os figurinos e maquiagem (Marcondes Lima), segunda pele apegada aos motivos e tradições e enchem os olhos pelos ajustes que configuram toda a plástica de matizes elementados na roupa,seja na maquiagem sóbria. De definidas identidade à pesquisa prospectada.
Não tem como não lembrar da direção de produção, Cristiane Galdino, que consegue reunir matéria visível que atomiza os efeitos visuais recepcionados, em todo o corpo estético do trabalho; a assistência de produção e gestão (Carla Navarro) e assistência de produção e contrarregra (Sílvio Barreto) que respondem pela dinâmica prática montada e resoluções da hora da encenação, respectivamente.
50 minutos de Circo/Teatro livre que passam num piscar de olhos e deixa a recepção com alguma sensação de durar um pouquinho +. Uma excelente e mágica ação de teatro ilusionista e dramático a se desenvolver primeiro a vontade, depois o desejo.
por maneco nascimento
O FestLuso encerrou as atividades de espetáculos, no Teatro do Boi, dia 30 de agosto, com a apresentação do espetáculo pernambucano, "Haru - a primavera do aprendiz". A encantadora peça fez sua entrada no mundo mágico de ilusionismo e truques, a partir das 18h30, a um público bastante expressivo e preso à riqueza do fantástico encenado.
A Rapha Santa Cruz Produções Artísticas, de Recife, Pe Brasil, recebeu seu público em cenário (Marcondes Lima) de mil e duas mágicas em sexta edição lusófona. Numa enorme tenda colorida e preenchida de elementos cenográficos que ambientam, com muita cuidado estético, a casa do mágico, se passa a narrativa entre o mestre e o aprendiz.
(magias e ilusionismos maestrais/fotos Silvio Barreto)
Empanada de tecidos coloridos, estampados diversos, entradas e saídas de fuga da cena, baús, tapetes, caixas mágicas, balcão de práxis às magias, lanternas amarelas (chinesas, naturalmente) e um universo detalhado de luzes, adereços e cores conferem o espaço sob o qual os mágicos geram disputas, lições e aprendizados ao despertar da primavera do aprendiz de magias.
Um espetáculo redondo e equilibrado em manifestação, de ator ilusionista e dramático, de enredar o público nas artes e ofício da construção da personagem direcionada à prática espetacular de truques, jogos de ilusão e fantástico mundo de mostrar e esconder efeitos ilusionistas.
O intérprete criador e diretor de ilusionismo, Rapha SantaCruz, na personagem do aprendiz, está no lugar certo, de entendimento, do conhecimento mágico, na hora certa. Humor econômico, mágicas expressivas e tranquilo zelo de ator/mágico que acomoda a conspiração de iludir e convencer na arte das mentiras delicadas.
(a partida do aprendiz/fotos Silvio Barreto)
O ator convidado, Sóstenes Vidal, que compõe o mago mestre trama, amplia silêncios expandidos no furacão calmo da construção da personagem, de espelhada ação nas Ásias contemplativas e, espiritualmente, centradas na sabedoria, respeito, domínio de tradições.
(mestre ilusionista rígido humorado/fotos Silvio Barreto)
A concepção do espetáculo, de Rapha SantaCruz e Cristiane Galdino é clara, eficaz e dentro do universo conspirador que agiliza enredo e variações do plano dramático apresentado. A encenação e direção de arte, assinadas por Marcondes Lima, não devem falhas em qualquer momento do espetáculo.
Há um cuidado, na encenação, de aplicação detalhista, seja no desenrolar e manifestações das personagens, seja em ruídos que apresentam a chegada do aprendiz afobado, seja no mergulho dos silêncios dosados e oralizações, + estridentes no iniciante, e + concentradas de expressão e pragmáticos sonoros, arraigados de intenções e nuances das falas do mestre.
(lições de magia/fotos Silvio Barreto)
E a direção de arte, de Marcondes Lima, concorre à plástica refinada, uma caixinha chinesa com ricos detalhes de histórias, memórias e raízes de cultura a que está plantada a alegre narrativa encenada. A trilha sonora original (Marcelo Sena) é show de melodias sentimentais precioso e não poderia estar + apropriada ao que pede a história e refina o caldeirão de informações limpas.
O desenho de luz e operação, Eron Villar, metamorfoseia o já encantador universo apresentado e se integra plena aos sons e fúrias silenciosos que vêm de todo o conjunto da obra dramatizada. Os figurinos e maquiagem (Marcondes Lima), segunda pele apegada aos motivos e tradições e enchem os olhos pelos ajustes que configuram toda a plástica de matizes elementados na roupa,seja na maquiagem sóbria. De definidas identidade à pesquisa prospectada.
Não tem como não lembrar da direção de produção, Cristiane Galdino, que consegue reunir matéria visível que atomiza os efeitos visuais recepcionados, em todo o corpo estético do trabalho; a assistência de produção e gestão (Carla Navarro) e assistência de produção e contrarregra (Sílvio Barreto) que respondem pela dinâmica prática montada e resoluções da hora da encenação, respectivamente.
50 minutos de Circo/Teatro livre que passam num piscar de olhos e deixa a recepção com alguma sensação de durar um pouquinho +. Uma excelente e mágica ação de teatro ilusionista e dramático a se desenvolver primeiro a vontade, depois o desejo.
Riso musicado
e a República dos apelos ao riso
por maneco nascimento
A última ação de espetáculos do FestLuso, no Theatro 4 de Setembro, dia 30 de agosto, às 20h30, trouxe ao palco a peça "A República dos Desvalidos", de José Afonso de Araújo Lima e direção e encenação, de Arimatan Martins. Montagem do Grupo de Teatro Pesquisa, de Teresina, Pi Brasil.
Da montagem (Grutepe); texto (Zé Afonso); direção (Arimatan Martins); cenografia (Emanuel Manu de Andrade); corpo (Fernando Freitas); voz (Gislene Danielle), figurinos (Bid Lima); adereços (Wilson Costa); iluminação (Assaí Campelo e Pablo Erickson) e elenco Vera Leite, Lari Sales, Fábio Costa, Marcel Julian, Eliomar Vaz, Bid Lima e Edith Rosa, cada um a sua excelência de função, ou práxis técnica, acomoda resultados eficazes e domínio de seu "mètier".
Agora tem um assunto da "A República dos Desvalidos" que merece um olhar + detido. A direção musical e músicas, criadas pelo artista Aurélio Melo, são uma pequena sinfonia pulverizada dentro do espetáculo e musicando diálogos, ou fazendo costuras entre uma ação dramática e outra.
As músicas e arranjos dão um refresco, de fruto nativo da terra, bem gelado e aliviando as narrativas ora melodramáticas, ora cômicas, ora trágicas, de deslizar a dramaturgia original de Zé Afonso. Um caleidoscópio de sugestões melódicas ilustram o espetáculo musicado e dão aos artistas de palco a oportunidade de abrir flanco para passear pelas incursões no canto.
Aurélio Melo foi muito feliz ao compor e arranjar músicas que passeiam pelo vaudeville, para não perder a linguagem do teatro de revista, samba, rock, ópera (em citação a Carlos Gomes, de O Guarani) e outras virtuoses particulares de compositor e arranjador que sabe por onde andam as métricas e cifras musicais humoradas e ou trágicas à necessidade da dramaturgia natural do autor.
Ao discurso popular, as deixas populares musicais; aos discurso trágicos os maneirismos de ascensão trágico musical e, ao melodrama, os melopeicos corridos da cifra composicional. Começa o espetáculo em grande estilo musicado, às vezes da linguagem de musicais de carreira e encerra apoteótico alegre e festivo brasis, como sugere a dramaturgia de felicidade, referenciada aos muitos Brasil excluídos, mas feliz, de que trata o drama em que está contido.
Aurélio que participa da cena, como ator maestro, rege e afina tons ao vivo e às cores da encenação conferida in loco, também conta com a participação de outros artistas músicos que, para a apresentação do dia 30, no FestLuso, compuseram instrumentos e melodias às mãos de Paulo Aquino, Gustavo Baião, Gilson Fernandes e Wilker Marques.
Fora dos limites da música espetacular de Melo, que vem com uma energia vibrante acompanhada das coreografias e desempenho dos intérpretes, há na peça a encenação, reinventada por Arimatan Martins, para o matricídio de Crispim, o pescador.
Na revisita da lenda do Cabeça de Cuia, o diretor intertextualiza discursos estéticos e transversaliza a morte da mãe do pescador, com a agonia de último suspiro do Cisne Negro.
(elencão cabeça ativa do Grutepe para A República dos Desvalidos/reprodução)
Vera Leite está numa performance elogiável e seu corpo fala e espasma sentimentos e maturidade em verter sangue, luz e sombras aproximadas à morte confirmada, no ato de tragédia pela mímesis do (ir)real aplicado ao fingimento cênico.
Parabéns ao Grutepe e ao corpus do corpo cênico de "A República dos Desvalidos" que, com muita dignidade e talento fecharam a programação do FEstLUso, no palco do Theatro 4 de Setembro.
Evoé, artistas da cena local! FestLuso, hurru!
por maneco nascimento
A última ação de espetáculos do FestLuso, no Theatro 4 de Setembro, dia 30 de agosto, às 20h30, trouxe ao palco a peça "A República dos Desvalidos", de José Afonso de Araújo Lima e direção e encenação, de Arimatan Martins. Montagem do Grupo de Teatro Pesquisa, de Teresina, Pi Brasil.
Da montagem (Grutepe); texto (Zé Afonso); direção (Arimatan Martins); cenografia (Emanuel Manu de Andrade); corpo (Fernando Freitas); voz (Gislene Danielle), figurinos (Bid Lima); adereços (Wilson Costa); iluminação (Assaí Campelo e Pablo Erickson) e elenco Vera Leite, Lari Sales, Fábio Costa, Marcel Julian, Eliomar Vaz, Bid Lima e Edith Rosa, cada um a sua excelência de função, ou práxis técnica, acomoda resultados eficazes e domínio de seu "mètier".
Agora tem um assunto da "A República dos Desvalidos" que merece um olhar + detido. A direção musical e músicas, criadas pelo artista Aurélio Melo, são uma pequena sinfonia pulverizada dentro do espetáculo e musicando diálogos, ou fazendo costuras entre uma ação dramática e outra.
As músicas e arranjos dão um refresco, de fruto nativo da terra, bem gelado e aliviando as narrativas ora melodramáticas, ora cômicas, ora trágicas, de deslizar a dramaturgia original de Zé Afonso. Um caleidoscópio de sugestões melódicas ilustram o espetáculo musicado e dão aos artistas de palco a oportunidade de abrir flanco para passear pelas incursões no canto.
Aurélio Melo foi muito feliz ao compor e arranjar músicas que passeiam pelo vaudeville, para não perder a linguagem do teatro de revista, samba, rock, ópera (em citação a Carlos Gomes, de O Guarani) e outras virtuoses particulares de compositor e arranjador que sabe por onde andam as métricas e cifras musicais humoradas e ou trágicas à necessidade da dramaturgia natural do autor.
Ao discurso popular, as deixas populares musicais; aos discurso trágicos os maneirismos de ascensão trágico musical e, ao melodrama, os melopeicos corridos da cifra composicional. Começa o espetáculo em grande estilo musicado, às vezes da linguagem de musicais de carreira e encerra apoteótico alegre e festivo brasis, como sugere a dramaturgia de felicidade, referenciada aos muitos Brasil excluídos, mas feliz, de que trata o drama em que está contido.
Aurélio que participa da cena, como ator maestro, rege e afina tons ao vivo e às cores da encenação conferida in loco, também conta com a participação de outros artistas músicos que, para a apresentação do dia 30, no FestLuso, compuseram instrumentos e melodias às mãos de Paulo Aquino, Gustavo Baião, Gilson Fernandes e Wilker Marques.
Fora dos limites da música espetacular de Melo, que vem com uma energia vibrante acompanhada das coreografias e desempenho dos intérpretes, há na peça a encenação, reinventada por Arimatan Martins, para o matricídio de Crispim, o pescador.
Na revisita da lenda do Cabeça de Cuia, o diretor intertextualiza discursos estéticos e transversaliza a morte da mãe do pescador, com a agonia de último suspiro do Cisne Negro.
(elencão cabeça ativa do Grutepe para A República dos Desvalidos/reprodução)
Vera Leite está numa performance elogiável e seu corpo fala e espasma sentimentos e maturidade em verter sangue, luz e sombras aproximadas à morte confirmada, no ato de tragédia pela mímesis do (ir)real aplicado ao fingimento cênico.
Parabéns ao Grutepe e ao corpus do corpo cênico de "A República dos Desvalidos" que, com muita dignidade e talento fecharam a programação do FEstLUso, no palco do Theatro 4 de Setembro.
Evoé, artistas da cena local! FestLuso, hurru!
domingo, 30 de agosto de 2015
4 de Setembro
aniversaria: 121 Anos!
Dia 02 é dia também de Projeto Boca da Noite. Na atração ao Espaço Cultural "Osório Jr." a Banda Aclive, a partir das 19 horas.
Neste 4 de Setembro, a + charmosa Casa de
espetáculos de Teresina completa 121 anos de existência, desde que o espaço
físico Theatro 4 de Setembro foi entregue à cidade e abre as portas para
receber os convidados e homenageados.
A programação de festejos de aniversário começa dia
31 de agosto e segue até a data emblemática de 04 de setembro.
Numa realização do Governo do Estado e Secretaria de Estado de Cultura do Piauí, as comemorações de aniversário de 121 anos do Theatro 4 de Setembro trazem um dado especial, o lançamento de Livro que recorta a história de 120 anos da Casa de espetáculos do Estado, com imagens iconográficas e textos compilados, pelo autor Aci Campelo.
Numa realização do Governo do Estado e Secretaria de Estado de Cultura do Piauí, as comemorações de aniversário de 121 anos do Theatro 4 de Setembro trazem um dado especial, o lançamento de Livro que recorta a história de 120 anos da Casa de espetáculos do Estado, com imagens iconográficas e textos compilados, pelo autor Aci Campelo.
No dia 31 de agosto (segunda feira), na abertura das festas, a atração
de recepção do público convidado será o espetáculo Solo "Exercício Sobre
Medeia", numa montagem do Piauhy Estúdio das Artes. A peça traz uma
performance concentrada de atriz e método, com a intérprete Silmara Silva. A direção
do espetáculo é de Adriano Abreu, A apresentação é a partir das 19 horas, no
palco do 4 de Setembro.
Exercício Sobre Medeia” reconta, de forma
fragmentária, em 40 minutos, a história da mulher- mãe-feiticeira Medeia traída
pelo marido Jasão, que, num ato premeditado de vingança contra a infidelidade
do esposo, humilhação do Rei de Corinto Creonte (pai da noiva de Jasão) e de
toda a sociedade, assassina sua rival e os próprios filhos.
(Silmara será Medeia, neste 31 de agosto, às 19h, no 4 de Setembro/fotos: ana carla carvalho e vítor sampaio)
(Silmara será Medeia, neste 31 de agosto, às 19h, no 4 de Setembro/fotos: ana carla carvalho e vítor sampaio)
A concepção cênica e estética é de Adriano Abreu e
Silmara Silva, com reforço da iluminação de Pablo Gomes, fotos de Ana Cândida
Carvalho, vídeo de Francisvaldo Sousa, apoio artístico e técnico dos demais
membros do Piauhy Estúdio das Artes.
O
Projeto de montagem foi aprovado pelo Sistema de Incentivo Estadual à Cultura
SIEC. Estreou, em Teresina, nos dias 17 e 24 de novembro de 2013.
Em seguida, no Café Literário "Genu Moraes", às 20 horas, será lançado o Livro oficial do Theatro, contando, através de imagens iconográficas e textos compilados pelo autor Aci Campelo, a história e cultura da Casa de espetáculos, num recorte de 120 anos. "120 anos do Theatro 4 de Setembro - História e imagens de um Simbolo Cultural" O lançamento do Livro vem acompanhado de Coquetel.
Em seguida, no Café Literário "Genu Moraes", às 20 horas, será lançado o Livro oficial do Theatro, contando, através de imagens iconográficas e textos compilados pelo autor Aci Campelo, a história e cultura da Casa de espetáculos, num recorte de 120 anos. "120 anos do Theatro 4 de Setembro - História e imagens de um Simbolo Cultural" O lançamento do Livro vem acompanhado de Coquetel.
Também acontece, simultaneamente, a
Exposição"Zezé Lopes", regada a jazz band, com a "(086)
Trio", dos artistas Bruno Moreno, Alexandre Jr. e Lívio Nascimento, na
Sala de Diretores do 4 de Setembro, ao lado do Café Literário.
E no Espaço Cultural "Osório Jr."/BCD, a
música fica por conta do Clube da Radiola e Associação dos Colecionadores
Reggae Vinil, de Timon, Maranhão, que orquestram a ação cultural vinil, na
noite. A Cultura vinil começa a partir das 19 horas.
Dia 01 de setembro (terça feira), as atividades começam a partir das
10 horas da manhã, no palco do 4 de Setembro, com o espetáculo infanto juvenil
"Boa Noite Cinderela", da Cia. Conexão Street, direção de Vitorino
Rodrigues. E, às 19 horas, o espetáculo adulto que será visto pelo público é
"A República dos Desvalidos", do Grutepe, com direção de José Afonso
de Araújo Lima.
No "Osório Jr.", às 21 horas, a
irreverência e bom humor em grande Show de Benício Bem.
A programação para o dia 02 de setembro
(quarta feira), começa também, no 4 de Setembro, às 10 horas da manhã, com
"Cinderela - Um Musical", com direção de Franklin Pires.
No horário das 18 horas, também no palco, um furacão musical para as vezes da velha e boa MPB. Tributo "Elis Vive 70 Anos", projeto de show idealizado pelo Música Para Todos.
No horário das 18 horas, também no palco, um furacão musical para as vezes da velha e boa MPB. Tributo "Elis Vive 70 Anos", projeto de show idealizado pelo Música Para Todos.
Dia 02 é dia também de Projeto Boca da Noite. Na atração ao Espaço Cultural "Osório Jr." a Banda Aclive, a partir das 19 horas.
Dia 03 de setembro, o espetáculo infanto juvenil,
"Casimira Quietinha", do Mosay de Teatro, direção de Avelar Amorim,
às 10 horas. No horário das 15 horas, a Escola de Dança do Estado "Lenir
Argento" se apresenta no 4 de Setembro.
Às 19 horas, o espetáculo do Harém "Um bico
para Velhos Palhaços", direção de Arimatan Martins e, às 20 horas, no Café
Literário "Genu Moraes", o Lançamento do Livro "Corpo no
Mundo", com temática de dança, construído por Lina do Carmo a partir de
suas vivências na área da dança.
Dia 4 de Setembro, no aniversário do Theatro, as ações
começam mais cedo, todas paralelas, a partir das 7 horas da manhã, com a
Estátua Viva, uma personagem lúdica construída por Silmara Silva; o corte do
Bolo de aniversário de 121 anos; um "Aulão na Praça", com a Escola de
Dança do Estado "Lenir Argento", na Praça Pedro II.
As atividades da noite, no Theatro 4 de Setembro,
começam às 19 horas com a entrega do Troféu "120 Anos Theatro 4 de Setembro
- História e imagens de um Símbolo Cultural".
O evento de entrega dos Troféus terá o cerimonial dos novos humoristas stand up Comedy Bruno Lima, Xavier Neto, Jackstênio Rodrigues e da atriz Edith Rosa. 50 pessoas da área de cultura e fomentadoras das linguagens artístico culturais receberão o Troféu.
O evento de entrega dos Troféus terá o cerimonial dos novos humoristas stand up Comedy Bruno Lima, Xavier Neto, Jackstênio Rodrigues e da atriz Edith Rosa. 50 pessoas da área de cultura e fomentadoras das linguagens artístico culturais receberão o Troféu.
Em seguida, às 20 horas, ocorre o show com uma
Banda instrumental portuguesa, o Grupo Recanto. O repertório do Grupo português
"assenta na recolha e pesquisa de músicas para a
prática das Danças Tradicionais Europeias, a Recriação Histórica dos Mercados
Medievais e um mergulho no Folclore Português.
A Música dos Recanto é um convite a
uma Viagem na Máquina do Tempo..."
A última atração da noite do aniversário é a Banda
Validuaté, que anima os convidados no Espaço Cultural "Osório Jr.", a
partir das 22 horas.
Serviço:
Espetáculos e ações culturais de Entrada Franca!
Informações:
31.08. Medeia/ WhatsApp
99811-6652 Silmara/Adriano
COLECIONADORES DE VINIL DE TIMON-MA 98843-1821
98823-6626/98839-6552
01.09. CIA CONEXÃO STREET/VITORINO 98821-6146/99917-3647
República dos Desvalidos/JOSÉ AFONSO 99991-8405/98854-1746
Benicio Bem/BENICIO BEM 99973-4599
02. FRANKLIN PIRES 99958-4752/98847-2307
MUSICA PARA TODOS 9
9903-2118/9 9423-4242
PROJETO BOCA DA NOITE/Secult 9 9482 8556
03.08. Casimira Quietinha/AVELAR AMORIM 99994-5283
ESCOLA DE DANÇA 3221-7536/99959-8848
Um Bico para Velhos Palhaços/ FRANCISCO PELÉ 99406-2842
04. Estátua Viva/Adriano Abreu e Silmara 99469
1702
Corte do Bolo/Theatro 3222-7100
Aulão na Praça/Escola de Dança 3221-7536
Entrega Troféus/Theatro 3222-7100
Banda Validuaté/Bárbara 9 8800-4073/99841-9073
Como era bom
o meu absurdo
por maneco nascimento
A cabeça ficou, com certeza, sobre o pescoço e atenta, como toda a assistência que foi ver o espetáculo de Porto, Portugal. Da Chão de Oliva - Cia de Teatro de Sintra.
O doce deleite da apresentação de "E a cabeça tem de ficar?" deu-se no Theatro 4 de Setembro, às 20h30, do dia 29 de agosto, em dias de já finalizações dos serviços do FestLuso (penúltimo dia), que já deixa saudades lusófonas.
O espetáculo de Sintra. Sinta-se contemplado, pelo menos em algum momento, ao ler esse relatório, comentário de observações da cena portuguesa vista no 4 de Setembro, na noite de 29 de agosto, sábado último.
Um absurdo? Um absurdo. Um absurdo! Para risos e interações estéticas. Um exercício de teatro do absurdo, com afinada atenção de intérpretes e dramaturgo de cena e de todo o corpo do corpus técnico, envolvidos no espetáculo e, em elogio sincero e apaixonante à arte de representar, fingir, convencer, persuadir a recepção. E, o faz de maneira, sinceramente, magistral.
Choques na comunicação, desencontros, volta ao mesmo ponto em variações de temáticas a variar ao mesmo ponto, sempre com qualidade, técnica e artística dos intérpretes, irretocável.
Alexandra Diogo e Nuno Machado, são achados e estão achados no que há de + afinado, afinizado e refinado ato de compor, contar e encenar quando o tema é teatro, de desejos e vontade.
Disciplina cênica, rigor dramático dosado, equilíbrio e coreografias de movimentos e ações redondos, quais os círculos das mesmas, outras conversas em mito do eterno retorno. Finas ironias e humor venal, em economia de estar e ser riso, alegria, irônica, de pequenas maldades, ao perverso delicado, aplicadas de formas risível e intacta do riso fácil e pejorativo ao gargarejo.
Encenação, de João de Mello Alvim, e Dramaturgia, de Manuel Sanches, afiadas à faca "cega" que enxerga vozes, vezes, frases, efeitos, palavras, chaves, portas que abrem e batem em meias entradas, ou entradas em meio tempo de absurdos, do absurdo revestido de humor e obra de muito trabalho investido e não da descida da inspiração sobre o criador, como defendeu o diretor, ao final do espetáculo, João de Mello Alvim.
Têm um trunfo, um doce e delicado manjar a ser degustado devagar e sempre, às vezes de ambrosia servida aos deuses e que, em "E a cabeça tem de ficar?", nos é dada, servida, após ter sido "roubada", da cozinha dos divinos.
A Assistência de encenação, de João Mais, e a Direcção Musical, de André Rabaça e Interpretação Musical de Isabel Moreira (piano) e Samuel Matias, são + água na fervura, no caldeirão de delicadezas aplicadas aos estímulos e respostas provocados na encenação de belos tempos, silêncios e pequenas esquizofrenias regurgitadas por todo o corpus que encena "E a cabeça tem de ficar?".
O Desenho de Luz, André Rabaça, economia nos recortes e concentração da iluminação ao contraponto das confusões, "distúrbios" e caos cênicos e dramáticos do casal. Luz circular, referenciada ao círculo de repetições e fluxos do ruído das comunicações, empreitadas pelas personagens, e contempla ótima fusão de cores quentes, em sobriedade do confuso e humorado tempo de ser e gerar ações e gestos, enquanto sublinha e concorre ao conjunto do contadores da narrativa karl valentiana.
A cenografia (Cia Teatro Sintra), de simplificação que gera melhor efeito de imagens e dinâmicas acionadas ao redondo cênico. A bicicleta de época (veículo, deslocamentos, instrumentos de trabalho e alçapão para tiradas de novidades); a cesta (bagageiro, na garupa da bicicleta, de onde saem elementos de surpresas e composições narrativas); o telefone que recebe corda, provocada pelo homem, na bicicleta; as estantes de música ao dueto final e + contrarregras, que assomam a história de vais e vens nos diálogos tabelados, são leves e emblemáticos.
Os finos Figurinos (Cia Teatro Sintra) compõem e deslizam nas personagens de forma suave, representativos e segunda pele inseparável, às vezes da ação dramática exercitada. Vestem bem, deixam à vontade às personagens e, expressamente, liberam as mesmas energias que pululam no universo das confusões, (des)acertos e dramatizados feitos e efeitos que se instalam na cena.
Os intérpretes Alexandra Diogo e Nuno Machado, são impagáveis. A "colagem articulada de pequenas peças de um dos fundadores do Café-Teatro, Karl Valentin", como esclarece o Grupo, encontra verso e reverso cênicos na energia dramática atomizada, a partir de textos do autor e revitalizam vida, em obra karl valentiana.
Alexandra e Nuno vivem intensa arte dramática praticada, em sutis e delicados prazeres cênicos e, prazerosamente, amam os pequenos e curtos momentos de ser absurdo, rirem de si mesmos e estar absurdo cênico, com muita acuidade de gerar profissão de ator e método.
A cena do dueto, que se nos apresentam uma bela canção, em mergulhados do absurdo pungente e deliciosamente empertigados na música cantada, para plateia de si em nós e da rotação da terra de seus mundos ao cotidiano das vidas contadas, é um luxo de talento e artístico consignados.
Grande ato de intérpretes e colegas de construção da cena vista. Teatro vivaz e dinâmico de nunca perder a chama de teatro vivo. Parabéns ao Chão de Oliva - Cia de Teatro de Sintra, Sintra (Portugal) que nos degola e recompõe a cabeça sobre os ombros, enquanto em risos e humor entrecruzados, das pequenas ironias perversas, nos deixa a dúvida ao inquirir "E a cabeça tem de ficar?".
Bravos!
por maneco nascimento
A cabeça ficou, com certeza, sobre o pescoço e atenta, como toda a assistência que foi ver o espetáculo de Porto, Portugal. Da Chão de Oliva - Cia de Teatro de Sintra.
O doce deleite da apresentação de "E a cabeça tem de ficar?" deu-se no Theatro 4 de Setembro, às 20h30, do dia 29 de agosto, em dias de já finalizações dos serviços do FestLuso (penúltimo dia), que já deixa saudades lusófonas.
O espetáculo de Sintra. Sinta-se contemplado, pelo menos em algum momento, ao ler esse relatório, comentário de observações da cena portuguesa vista no 4 de Setembro, na noite de 29 de agosto, sábado último.
Um absurdo? Um absurdo. Um absurdo! Para risos e interações estéticas. Um exercício de teatro do absurdo, com afinada atenção de intérpretes e dramaturgo de cena e de todo o corpo do corpus técnico, envolvidos no espetáculo e, em elogio sincero e apaixonante à arte de representar, fingir, convencer, persuadir a recepção. E, o faz de maneira, sinceramente, magistral.
(um absurdo!: Nuno Machado/foto acervo Chão de Oliva- Cia de Teatro de Sintra)
Choques na comunicação, desencontros, volta ao mesmo ponto em variações de temáticas a variar ao mesmo ponto, sempre com qualidade, técnica e artística dos intérpretes, irretocável.
Alexandra Diogo e Nuno Machado, são achados e estão achados no que há de + afinado, afinizado e refinado ato de compor, contar e encenar quando o tema é teatro, de desejos e vontade.
Disciplina cênica, rigor dramático dosado, equilíbrio e coreografias de movimentos e ações redondos, quais os círculos das mesmas, outras conversas em mito do eterno retorno. Finas ironias e humor venal, em economia de estar e ser riso, alegria, irônica, de pequenas maldades, ao perverso delicado, aplicadas de formas risível e intacta do riso fácil e pejorativo ao gargarejo.
Encenação, de João de Mello Alvim, e Dramaturgia, de Manuel Sanches, afiadas à faca "cega" que enxerga vozes, vezes, frases, efeitos, palavras, chaves, portas que abrem e batem em meias entradas, ou entradas em meio tempo de absurdos, do absurdo revestido de humor e obra de muito trabalho investido e não da descida da inspiração sobre o criador, como defendeu o diretor, ao final do espetáculo, João de Mello Alvim.
Têm um trunfo, um doce e delicado manjar a ser degustado devagar e sempre, às vezes de ambrosia servida aos deuses e que, em "E a cabeça tem de ficar?", nos é dada, servida, após ter sido "roubada", da cozinha dos divinos.
A Assistência de encenação, de João Mais, e a Direcção Musical, de André Rabaça e Interpretação Musical de Isabel Moreira (piano) e Samuel Matias, são + água na fervura, no caldeirão de delicadezas aplicadas aos estímulos e respostas provocados na encenação de belos tempos, silêncios e pequenas esquizofrenias regurgitadas por todo o corpus que encena "E a cabeça tem de ficar?".
O Desenho de Luz, André Rabaça, economia nos recortes e concentração da iluminação ao contraponto das confusões, "distúrbios" e caos cênicos e dramáticos do casal. Luz circular, referenciada ao círculo de repetições e fluxos do ruído das comunicações, empreitadas pelas personagens, e contempla ótima fusão de cores quentes, em sobriedade do confuso e humorado tempo de ser e gerar ações e gestos, enquanto sublinha e concorre ao conjunto do contadores da narrativa karl valentiana.
A cenografia (Cia Teatro Sintra), de simplificação que gera melhor efeito de imagens e dinâmicas acionadas ao redondo cênico. A bicicleta de época (veículo, deslocamentos, instrumentos de trabalho e alçapão para tiradas de novidades); a cesta (bagageiro, na garupa da bicicleta, de onde saem elementos de surpresas e composições narrativas); o telefone que recebe corda, provocada pelo homem, na bicicleta; as estantes de música ao dueto final e + contrarregras, que assomam a história de vais e vens nos diálogos tabelados, são leves e emblemáticos.
Os finos Figurinos (Cia Teatro Sintra) compõem e deslizam nas personagens de forma suave, representativos e segunda pele inseparável, às vezes da ação dramática exercitada. Vestem bem, deixam à vontade às personagens e, expressamente, liberam as mesmas energias que pululam no universo das confusões, (des)acertos e dramatizados feitos e efeitos que se instalam na cena.
Os intérpretes Alexandra Diogo e Nuno Machado, são impagáveis. A "colagem articulada de pequenas peças de um dos fundadores do Café-Teatro, Karl Valentin", como esclarece o Grupo, encontra verso e reverso cênicos na energia dramática atomizada, a partir de textos do autor e revitalizam vida, em obra karl valentiana.
Alexandra e Nuno vivem intensa arte dramática praticada, em sutis e delicados prazeres cênicos e, prazerosamente, amam os pequenos e curtos momentos de ser absurdo, rirem de si mesmos e estar absurdo cênico, com muita acuidade de gerar profissão de ator e método.
A cena do dueto, que se nos apresentam uma bela canção, em mergulhados do absurdo pungente e deliciosamente empertigados na música cantada, para plateia de si em nós e da rotação da terra de seus mundos ao cotidiano das vidas contadas, é um luxo de talento e artístico consignados.
Grande ato de intérpretes e colegas de construção da cena vista. Teatro vivaz e dinâmico de nunca perder a chama de teatro vivo. Parabéns ao Chão de Oliva - Cia de Teatro de Sintra, Sintra (Portugal) que nos degola e recompõe a cabeça sobre os ombros, enquanto em risos e humor entrecruzados, das pequenas ironias perversas, nos deixa a dúvida ao inquirir "E a cabeça tem de ficar?".
Bravos!
sábado, 29 de agosto de 2015
Memórias de José,
o Saramago, na cena
por maneco nascimento
"A maior flor e outras histórias segundo José", veio de Porto, Portugal. Um exercício de lúdico, aplicado da literatura de José Saramago, à arte da cena realizado pelo Teatro Art'Imagem.
(as personagens contam Saramago/foto Marcos Montelo)
Um recorte feliz, mergulhado na obra do nobel de literatura português, que repercute jogos dramáticos leves, certificados no mapa de dramaturgia de cena e com um casal empenhado em fazer valer a própria arte de ator e atriz e do autor que arcabouça base para o estudo trazido ao palco.
(a arte, a literatura e o teatro contam histórias orais/foto Marcos Montelo)
Espaço Cénico, para nós a cenografia, é de Fátima Maio, José Leitão e José Lopes.
De uma riqueza de simples aplicada à plástica e elaborado à necessidade de compor e alterar cenas, em que nada perde o valor de signos e emblemas que ambientem as cenas de exercícios dramáticos. A temática varia para atração de olhares do pequeno público, mas não deixa de encantar adultos que nunca perderam a criança dentro de si.
(lúdico e cores e cenografia simples e plástica/foto Marcos Montelo)
As soluções de espaço cénico vão-se encorpando às narrativas e elementando todo o mapa que vira corpo de extensão das narrativas apresentadas. Figurinos e adereços, de Fátima Maio, estão na completa atenção plástico estética de aproximar linguagem direcional e dimensionar efeitos de luz e cor, que visibilizem emoções e sentimentos que o enredo suscita, a cada jogo dramático.
Leunam Ordep, do desenho de luz, afina focos que incendeiam as histórias e revigoram os tempos de luz e resistências recortadas às sombras de também contar o enredo.
Há um corpo (apoio ao movimento, de Renato Vieira e Ana Lígia) que fala e abre diálogo desenvolto para sinais de lúdico, alegria infantis, quando pedidos, e que também encanta quando conta de sóis e luas, memorial de construção social portuguesa, mulher, médico, cão, memórias afetivas infantis e narrativas orais, deste e de outros mundos do autor festejado na cena.
(memórias de infantes/foto Marcos Montelo)
A música, Alfredo Teixeira, se estabelece como linhas de costuras de tempos, marcas e cartografias invisíveis visibilizadas à prática dos intérpretes, em favor do mapa dramático.
As pinturas, de Agostinho Santos, uma guernica lúdica e com cargas à carta de alegria, cor, fantasia, fantástico de mitos e sonhos, universo gestado à memória de infantes e adultos.
(arte pictórica de Agostinho Santos/fotos Marcos Montelo)
Revela marca de Exposição ao início da peça e, recoberta por tecido do tempo à proteção do que virá, ou dialética de transferência do pictórico envelhecido ao dinâmico da vida que será apresentada a seguir. Ao final das contações de histórias, a peça de guernica lúdica retorna à Exposição, a quase imprimir, à assistência, a tatuagem em painel do enredo contado.
De +, o jogo de brinquedos de fingimento e imersão no universo infantil e ou adulto das personagens saramagoanas prospectadas.
(Flávio Hamilton, da personagem que conta Saramago/foto M. Montelo)
A alegria da cena e práxis centrada do exercício de fingimento do ator, Flávio Hamilton, e da atriz, Daniela Pêgo, que desafiam contar uns contos e imprimir a literatura de José, o Saramago, em "A maior flor e outras histórias segundo José", pelo mundo rico de sonhos, críticas, política de engajamento estético, plástico e social e nos permitir sentir, ainda, ou de novo, o aroma de "A maior flor do mundo".
(Daniela Pêgo, uma mulher da obra saramagoana/foto Marcos Montelo)
A montagem, são pequenas memórias e outras + de grandes alcance à cena aplicada ao ato persuasivo do público e que detém uma boa ideia e equipe engajada em contar, cantar loas ao artista autor português, e encantar plateias com resultados arraigados na força e energia atomizadas dos intérpretes, que em relaxado ato de encenar, brincam de felicidade, enquanto realizam uma das artes + antigas do mundo, a verdade de mentir e as mentiras da verdade cênicas.
"A maior flor e outras histórias segundo José", espetáculo visto no FestLuso, na noite do dia 28 de agosto, às 20h30, no palco do Theatro 4 de Setembro, montagem do Teatro Art'Imagem, de Porto, Portugal, deixa seus perfume contagiar e encontrar reverbero nas memórias afetivas de cada um(a) da recepção, ao rio do memorial das identidades universais.
Realiza teatro de crença,
por maneco nascimento
"A maior flor e outras histórias segundo José", veio de Porto, Portugal. Um exercício de lúdico, aplicado da literatura de José Saramago, à arte da cena realizado pelo Teatro Art'Imagem.
(as personagens contam Saramago/foto Marcos Montelo)
Um recorte feliz, mergulhado na obra do nobel de literatura português, que repercute jogos dramáticos leves, certificados no mapa de dramaturgia de cena e com um casal empenhado em fazer valer a própria arte de ator e atriz e do autor que arcabouça base para o estudo trazido ao palco.
(a arte, a literatura e o teatro contam histórias orais/foto Marcos Montelo)
Espaço Cénico, para nós a cenografia, é de Fátima Maio, José Leitão e José Lopes.
De uma riqueza de simples aplicada à plástica e elaborado à necessidade de compor e alterar cenas, em que nada perde o valor de signos e emblemas que ambientem as cenas de exercícios dramáticos. A temática varia para atração de olhares do pequeno público, mas não deixa de encantar adultos que nunca perderam a criança dentro de si.
(lúdico e cores e cenografia simples e plástica/foto Marcos Montelo)
As soluções de espaço cénico vão-se encorpando às narrativas e elementando todo o mapa que vira corpo de extensão das narrativas apresentadas. Figurinos e adereços, de Fátima Maio, estão na completa atenção plástico estética de aproximar linguagem direcional e dimensionar efeitos de luz e cor, que visibilizem emoções e sentimentos que o enredo suscita, a cada jogo dramático.
Leunam Ordep, do desenho de luz, afina focos que incendeiam as histórias e revigoram os tempos de luz e resistências recortadas às sombras de também contar o enredo.
Há um corpo (apoio ao movimento, de Renato Vieira e Ana Lígia) que fala e abre diálogo desenvolto para sinais de lúdico, alegria infantis, quando pedidos, e que também encanta quando conta de sóis e luas, memorial de construção social portuguesa, mulher, médico, cão, memórias afetivas infantis e narrativas orais, deste e de outros mundos do autor festejado na cena.
(memórias de infantes/foto Marcos Montelo)
A música, Alfredo Teixeira, se estabelece como linhas de costuras de tempos, marcas e cartografias invisíveis visibilizadas à prática dos intérpretes, em favor do mapa dramático.
As pinturas, de Agostinho Santos, uma guernica lúdica e com cargas à carta de alegria, cor, fantasia, fantástico de mitos e sonhos, universo gestado à memória de infantes e adultos.
(arte pictórica de Agostinho Santos/fotos Marcos Montelo)
Revela marca de Exposição ao início da peça e, recoberta por tecido do tempo à proteção do que virá, ou dialética de transferência do pictórico envelhecido ao dinâmico da vida que será apresentada a seguir. Ao final das contações de histórias, a peça de guernica lúdica retorna à Exposição, a quase imprimir, à assistência, a tatuagem em painel do enredo contado.
De +, o jogo de brinquedos de fingimento e imersão no universo infantil e ou adulto das personagens saramagoanas prospectadas.
(Flávio Hamilton, da personagem que conta Saramago/foto M. Montelo)
A alegria da cena e práxis centrada do exercício de fingimento do ator, Flávio Hamilton, e da atriz, Daniela Pêgo, que desafiam contar uns contos e imprimir a literatura de José, o Saramago, em "A maior flor e outras histórias segundo José", pelo mundo rico de sonhos, críticas, política de engajamento estético, plástico e social e nos permitir sentir, ainda, ou de novo, o aroma de "A maior flor do mundo".
(Daniela Pêgo, uma mulher da obra saramagoana/foto Marcos Montelo)
A montagem, são pequenas memórias e outras + de grandes alcance à cena aplicada ao ato persuasivo do público e que detém uma boa ideia e equipe engajada em contar, cantar loas ao artista autor português, e encantar plateias com resultados arraigados na força e energia atomizadas dos intérpretes, que em relaxado ato de encenar, brincam de felicidade, enquanto realizam uma das artes + antigas do mundo, a verdade de mentir e as mentiras da verdade cênicas.
"A maior flor e outras histórias segundo José", espetáculo visto no FestLuso, na noite do dia 28 de agosto, às 20h30, no palco do Theatro 4 de Setembro, montagem do Teatro Art'Imagem, de Porto, Portugal, deixa seus perfume contagiar e encontrar reverbero nas memórias afetivas de cada um(a) da recepção, ao rio do memorial das identidades universais.
Realiza teatro de crença,
na arte do ator/atriz e métodos e na dramaturgia aplicada, pelos arquitetos da cena, em que todo o conjunto elogia o autor português.
Marionetas sem tradução
teatro de bonecos de Macau
por maneco nascimento
Elisa Vilaça, a pesquisadora da linguagem na Ásia; contadora narradora da história dramatizada; personagem manipuladora dos títeres e, mágica que sopra vida animada nos surpreendentes bonecos, nas marionetas de Macau, na China, presenteou a cidade e o FestLuso, com seu encanto fabular de "O rouxinol e o imperador", montagem da Elisa Vilaça - Escola de Artes e Ofícios da Casa de Portugal em Macau/Macau - China.
"O rouxinol e o imperador" se apresentou, extraordinariamente, às 10 horas, nesta manhã do dia 29 de agosto (sábado), no Teatro do Boi/Matadouro.
O FEstLuso - Teatro do Boi - ficou para a agenda dos espetáculos às 18h30, mas neste dia, especialmente, a pauta se instalou no horário da manhã e o excelente público, entre convidados lusófonos, artistas da cidade, crianças e pais e público da comunidade, deixou a plateia consistente e atenta às marionetas de Macau.
O espetáculo está para texto de Hans Christian Andersen, com Direcção Artística e Plástica de Elisa Vilaça. A mágica de títeres asiáticos também assina a Criação, Construção das Marionetas e Figurinos. São 35 minutos de feliz e mágico mundo animado chinês das marionetas.
Para quem não perdeu a palestra acerca do Projeto Vozes da Terra - "As marionetas asiáticas - raízes culturais", que ocorreu na manhã do dia 26 de agosto, quarta feira, às 10 horas, no Theatro 4 de Setembro, soube confirmar, comparar, in loco, a técnica e beleza cênicas, de manipulação de marionetes, em narrativa ao vivo, do que ela falou durante a comunicação, acerca da pesquisa que desenvolveu, por quinze anos, sobre a linguagem.
Bonecos de vara, de manipulação direta, de varas horizontais nas costas dos bonecos/personagem, bonecos de sombra e bonecos de fios. Figurinos e personagens, construídos pela pedagoga, artistas, atriz e manipuladora de marionetas, foram conferidos e lembrados nos exemplos contidos na excelente aula painel que se teve no dia 26, durante o Lusófono.
Da peça, a revisitação da tradição dos bonecos asiáticos, com sua cultura musical de paz e tranquilidade; sonoridades dinâmicas e orquestrais de sons e tambores de pertencimento cultural; de cores; tecidos, máscaras felizes; comedimento de gestos e valoração de fauna, flora e mitos de tradição e hierarquias de reinos dos contos fabulares.
A atriz gera um método de narradora, contadora de história que à frente do espaço da cena explica e lê a fábula do livro, na quebra da quarta parede e entra no mundo espetáculo para ser partícipe, contar e manipular as personagens do enredo.
Entra e sai da magia do espetáculo para interagir, especialmente com o pequeno público, haja vista a classificação ser a partir de 4 anos de idade. Sua tranquilidade, suavidade e economia em traduzir a história, a seu público, já é um dos ótimos momentos do espetáculo. Os silêncios e comedimentos da cultura asiáticos enleiam e transferem a assistência para dentro do universo das magias e coloridos.
O idílio da cenografia e bichos e aves e insetos e gentes e pompas e circunstâncias e os "monstros", dragões, lendários e coloridos abrem as portas a estar na vida da história. A manipulação a sublime efeitos de imagens à borboleta, o pássaro, os empregados do palácio e serviçais, a criança, a mulher do imperador, o chefe do gabinete real, o guarda e o mensageiro e a própria imponência suave do Imperador e seu trono.
A manipuladora vai montando a cena, animando o mundo dos seres vivos e abre a caixa de surpresa, que se transforma em livros e de dentro da caixa/livros, dispostos à composição da cena, surge a pessoa do Imperador, em seu posto de vigília do reino, seu trono.
Um libelo de beleza rara de plástica, estética de linguagem e sonoridades que segundo material do espetáculo repercutem "um conjunto de temas musicais que passam pelo clássico ao fado português, não esquecendo a música chinesa, nos permite atravessar continentes." A voz do rouxinol pareceu ser um chorinho tradicional brasileiro com suas nuances alegres e ligeiras.
Há um deleite de belo e plástico em todo o corpo composicional do espetáculo. Cenas do cotidiano doméstico do palácio, das vidas diárias dos povoadores do drama. Soluções práticas e visíveis à linguagem são aplicadas pela manipuladora, que mantém a atriz jamais invisível, uma extensão da vida da marioneta, visto que seu corpo completa a energia vital do boneco e gera graça e beleza de encher os olhos.
Elisa Vilaça, em seu ato tranquilo e de paixão pelo teatro, técnica e linguagem de magia de títeres nos apresentou um encantador exemplo de Vozes da Terra nas raízes culturais transversalizadas de nações asiáticas e europeias e dialogou com a recepção do público Lusófono, na manhã do FestLuso, no Teatro do Boi.
Parabéns à Elisa Vilaça - Escola de Artes e Ofícios da Casa de Portugal em Macau, de Macau, China, que nos deixou uma lição de amor ao teatro, sem tradução, em seus tempos de silêncios, músicas e sonoridades característicos, costumes, imaginário popular e do "impossível" das tradições chinesas, feitos arte dramática.
Sem uma palavra sequer. As imagens, gestos, sons e vidas animadas são a própria fala, as vozes sociais visitadas e em visita à Cena Lusófona.
Numa palavra: Belo. "O rouxinol e o imperador" uma canção de amor à cena de marionetas.
por maneco nascimento
Elisa Vilaça, a pesquisadora da linguagem na Ásia; contadora narradora da história dramatizada; personagem manipuladora dos títeres e, mágica que sopra vida animada nos surpreendentes bonecos, nas marionetas de Macau, na China, presenteou a cidade e o FestLuso, com seu encanto fabular de "O rouxinol e o imperador", montagem da Elisa Vilaça - Escola de Artes e Ofícios da Casa de Portugal em Macau/Macau - China.
"O rouxinol e o imperador" se apresentou, extraordinariamente, às 10 horas, nesta manhã do dia 29 de agosto (sábado), no Teatro do Boi/Matadouro.
O FEstLuso - Teatro do Boi - ficou para a agenda dos espetáculos às 18h30, mas neste dia, especialmente, a pauta se instalou no horário da manhã e o excelente público, entre convidados lusófonos, artistas da cidade, crianças e pais e público da comunidade, deixou a plateia consistente e atenta às marionetas de Macau.
O espetáculo está para texto de Hans Christian Andersen, com Direcção Artística e Plástica de Elisa Vilaça. A mágica de títeres asiáticos também assina a Criação, Construção das Marionetas e Figurinos. São 35 minutos de feliz e mágico mundo animado chinês das marionetas.
Para quem não perdeu a palestra acerca do Projeto Vozes da Terra - "As marionetas asiáticas - raízes culturais", que ocorreu na manhã do dia 26 de agosto, quarta feira, às 10 horas, no Theatro 4 de Setembro, soube confirmar, comparar, in loco, a técnica e beleza cênicas, de manipulação de marionetes, em narrativa ao vivo, do que ela falou durante a comunicação, acerca da pesquisa que desenvolveu, por quinze anos, sobre a linguagem.
Bonecos de vara, de manipulação direta, de varas horizontais nas costas dos bonecos/personagem, bonecos de sombra e bonecos de fios. Figurinos e personagens, construídos pela pedagoga, artistas, atriz e manipuladora de marionetas, foram conferidos e lembrados nos exemplos contidos na excelente aula painel que se teve no dia 26, durante o Lusófono.
Da peça, a revisitação da tradição dos bonecos asiáticos, com sua cultura musical de paz e tranquilidade; sonoridades dinâmicas e orquestrais de sons e tambores de pertencimento cultural; de cores; tecidos, máscaras felizes; comedimento de gestos e valoração de fauna, flora e mitos de tradição e hierarquias de reinos dos contos fabulares.
A atriz gera um método de narradora, contadora de história que à frente do espaço da cena explica e lê a fábula do livro, na quebra da quarta parede e entra no mundo espetáculo para ser partícipe, contar e manipular as personagens do enredo.
Entra e sai da magia do espetáculo para interagir, especialmente com o pequeno público, haja vista a classificação ser a partir de 4 anos de idade. Sua tranquilidade, suavidade e economia em traduzir a história, a seu público, já é um dos ótimos momentos do espetáculo. Os silêncios e comedimentos da cultura asiáticos enleiam e transferem a assistência para dentro do universo das magias e coloridos.
O idílio da cenografia e bichos e aves e insetos e gentes e pompas e circunstâncias e os "monstros", dragões, lendários e coloridos abrem as portas a estar na vida da história. A manipulação a sublime efeitos de imagens à borboleta, o pássaro, os empregados do palácio e serviçais, a criança, a mulher do imperador, o chefe do gabinete real, o guarda e o mensageiro e a própria imponência suave do Imperador e seu trono.
A manipuladora vai montando a cena, animando o mundo dos seres vivos e abre a caixa de surpresa, que se transforma em livros e de dentro da caixa/livros, dispostos à composição da cena, surge a pessoa do Imperador, em seu posto de vigília do reino, seu trono.
Um libelo de beleza rara de plástica, estética de linguagem e sonoridades que segundo material do espetáculo repercutem "um conjunto de temas musicais que passam pelo clássico ao fado português, não esquecendo a música chinesa, nos permite atravessar continentes." A voz do rouxinol pareceu ser um chorinho tradicional brasileiro com suas nuances alegres e ligeiras.
Há um deleite de belo e plástico em todo o corpo composicional do espetáculo. Cenas do cotidiano doméstico do palácio, das vidas diárias dos povoadores do drama. Soluções práticas e visíveis à linguagem são aplicadas pela manipuladora, que mantém a atriz jamais invisível, uma extensão da vida da marioneta, visto que seu corpo completa a energia vital do boneco e gera graça e beleza de encher os olhos.
Elisa Vilaça, em seu ato tranquilo e de paixão pelo teatro, técnica e linguagem de magia de títeres nos apresentou um encantador exemplo de Vozes da Terra nas raízes culturais transversalizadas de nações asiáticas e europeias e dialogou com a recepção do público Lusófono, na manhã do FestLuso, no Teatro do Boi.
Parabéns à Elisa Vilaça - Escola de Artes e Ofícios da Casa de Portugal em Macau, de Macau, China, que nos deixou uma lição de amor ao teatro, sem tradução, em seus tempos de silêncios, músicas e sonoridades característicos, costumes, imaginário popular e do "impossível" das tradições chinesas, feitos arte dramática.
Sem uma palavra sequer. As imagens, gestos, sons e vidas animadas são a própria fala, as vozes sociais visitadas e em visita à Cena Lusófona.
Numa palavra: Belo. "O rouxinol e o imperador" uma canção de amor à cena de marionetas.
sexta-feira, 28 de agosto de 2015
Ópera sem tostões
vidas invisíveis
por maneco nascimento
O FestLuso - Teatro na Rua nos brindou, na tarde de hoje, 28 de agosto, um belo trabalho no passeio da nossa urbanidade de cotidianos das cidades (in)visíveis. Teatro para deleite da classe e de toda a recepção que parou para ver a montagem do Dragão 7 de Teatro, de São Paulo, SP Brasil.
Texto limpo para teatro "sujo". Teatro de técnica depurada à arte do ator e método em drama assepsiado no meio do mundo encardido. Drama sério, mas liberado de
tragédias óbvias do teatro morto e aliviado pela picardia e ironias de críticas das dependências e (in)eficiências de protegerem um(a) ao outro(a).
Se o texto
é estritamente atual, a dramaturgia de cena, que os coloca na rua, no passeio da
praça, calçada largada e habitat natural de pessoas vulneráveis ao dia e o tempo do esquecimento, é então muito apropriada para arranhar e lamber quem passa e espia a expiação humana na ópera sem tostões.
Zonda, a cega (Letícia Bortoletto)) e Tiri, o de braços amputados (Neviton de Freitas), granjeiam a cantilena distanciada, sem febre terçã a melodrama e, até riem, das próprias sortes, em ataque e contraponto de natureza escorpiã, embora dependam de favores a benefícios de sobrevivência no mundo cão.
O original "A cavaqueira do poste", do autor moçambicano Sérgio Mabombo, recebeu adaptação do texto e o nome de "Deus lhe dê em dobro" pelas mãos de Creuza F. Borges que também assina a encenação. E o espetáculo leva a produção e montagem do Grupo Dragão 7.
A dramaturgia, de raiz e desdobramento, traz alguma intertextualidade com Becket, em "Esperando Godot". O casal de "Deus lhe dê em dobro" , ou pelo menos a mulher, insiste + na espera de Drumond Galaska.
Na margem da vida e mergulhados na própria miséria e condição humana de total abandono, mesmo guardando uma solidariedade, entre eles, Zonda e Tiri voltam os sentidos que lhes sobram, também, para a expectativa da chegada do Salvador.
A entrega total ao abandono, e a fuga de um, os olhos do (a) outro (a), as mãos daquele, quebra a zona de (dez)conforto do casal de amigos. A redenção, através do deus Ex-machine, chega em um pacote de dinheiro, entre os guardados de Zonda.
Essa licença profética, na vereda da salvação em tempos de perdidos, não tem + sentido para alguém sem olhos. Bens tão materiais para não ter com quem dividir, não tem nenhum sentido a ser guardado. A mulher joga fora o presente e sai à sorte de pedinte.
A construção da personagem dos intérpretes, Letícia Bortoletto e Neviton de Freitas é muito convincente e competente. Letícia, de emoções reservadas a não gastar em exageros, economia nobre de composição.
E Neviton de Freitas, que nos apresenta uma inquietação envergonhada e indignação agressiva em contenção maturada, mas impositiva. Traz uma qualidade construtiva impecável de gerir a alma da personagem a vazar na margem dos olhos e corpo falante, enobrecidos na sujeira de anti-heróis da comédia em trágico humana.
Belo exercício de ator e atriz em libelo da condição humana expiada das vidas invisíveis.
Alegria de encenar
teatro moçambicano
por maneco nascimento
Em divertido e relaxado ato de contar, encenar a trama de "A nova aragem", o Grupo de Teatro Lareira, de Maputo, Moçambique realiza um teatro que alegra e faz rir, sem apelos fáceis de compor plateia do gargarejo.
("A nova aragem", de Maputo, Moçambique/foto Chão de Oliva/Lareira Artes)
Um casal de atores, seguros da lição de teatro e em técnica afinada de lançar as falas dramáticas com conhecimento e intenções de efeitos dramáticos e, sempre carregadas de um bom humor, quase característico da natureza dos intérpretes, caso não se tratasse de composição de dramaturgia às personagens.
Mas a boa performance de Diaz Santana e Sílvia Mendes engatam uma boa liberdade de encenar, numa linguagem clara, em que não se perde uma informação de texto político discursivo de terras e latifúndios em que, simplificados a um palco limpo e uma cenografia de identidade cultural rural, deixa-o + eficaz.
A cenografia e adereços, elementos de cotidiano doméstico, pilões que também fazem as vezes de banco e até da terceira personagem, com quem dialoga o casal; uma mão de pilão enorme, para os serviços de tratar alimentos; um quibane (peneira de trançado de palha) e um portal, passagem de fuga de cena, com cortina de tecido, para ilustração típica de iconografia característica de estamparias apropriada de cores e identidade cultural.
Os figurinos, realistas e comuns à cultura de vestir-se no cotidiano, estão a compor algo não precise merecer + atenção. A melhor atenção deve-se mesmo dedicar à performance dos artistas, que não fica a desejar. Estão sempre bem à vontade e, em concentrada linguagem de corpo e energia teatral risível ao tratado. Ou quando empertigados, sempre no acerto da cartografia da cena compreendida.
Têm, a cada parte, o intérprete Diaz Santana e a atriz Silvia Mendes, seus pequenos solos de boas inflexões de falas, intenções dosadas, humor equilibrado. E são de uma felicidade em cena a dar nas vistas.
E quando dançam a manifestada tradição, que envolve corpo e espírito fundidos no ritmo e mergulho no eixo primitivo da dança herdada pela cultura de festa e religião liberadas, então são maravilhosos. O corpo se integra em mensagens.
As cenas de intuições da mulher, ao recebe espíritos de ancestrais, dos antigos colonos das terras, são muito bem humoradas, mas centradas no equilíbrio de não apelar ao riso comum. Há um dosar de humor, mas em disciplina de manter o exercício da cena integrada à dramaturgia, de narrativa cartesiana que habita.
O casal espera gerar novos negócios com a descoberta de gás e petróleo nas terras de sua propriedade e acabam não conseguindo o intuito, mas contar essa história o fazem, com muito teto de compreensão do teatro que querem e sabem desempenhar e detêm um bom desempenho na cena dramatizada.
O texto, de Sergio Mabombo e a encenação, de João de Mello Alvim, afluem à adaptação e dramaturgia de Manuel Sanches e de João Mello e trazem para a cena um exercício prático, de teatro pobre, no sentido de não ter gorduras na cenografia (João de Mello Alvim) e figurinos (das Cias. Chão de Oliva e Lareira Artes). O teatro está no ator e atriz e, estes, se garantem, seguram a dramaturgia com qualidade alegre.
Maputo, Moçambique está no mapa do teatro, porque sabe do que fala e como encaminhar a comunicação para lúdico, mímesis da vida real licenciada à arte, persuasão em convencer e arte do fingimento.
"A nova aragem" gerou frutos e podem ser degustados pelo elenco e equipe técnica, como também pela recepção.
por maneco nascimento
Em divertido e relaxado ato de contar, encenar a trama de "A nova aragem", o Grupo de Teatro Lareira, de Maputo, Moçambique realiza um teatro que alegra e faz rir, sem apelos fáceis de compor plateia do gargarejo.
("A nova aragem", de Maputo, Moçambique/foto Chão de Oliva/Lareira Artes)
Um casal de atores, seguros da lição de teatro e em técnica afinada de lançar as falas dramáticas com conhecimento e intenções de efeitos dramáticos e, sempre carregadas de um bom humor, quase característico da natureza dos intérpretes, caso não se tratasse de composição de dramaturgia às personagens.
Mas a boa performance de Diaz Santana e Sílvia Mendes engatam uma boa liberdade de encenar, numa linguagem clara, em que não se perde uma informação de texto político discursivo de terras e latifúndios em que, simplificados a um palco limpo e uma cenografia de identidade cultural rural, deixa-o + eficaz.
A cenografia e adereços, elementos de cotidiano doméstico, pilões que também fazem as vezes de banco e até da terceira personagem, com quem dialoga o casal; uma mão de pilão enorme, para os serviços de tratar alimentos; um quibane (peneira de trançado de palha) e um portal, passagem de fuga de cena, com cortina de tecido, para ilustração típica de iconografia característica de estamparias apropriada de cores e identidade cultural.
Os figurinos, realistas e comuns à cultura de vestir-se no cotidiano, estão a compor algo não precise merecer + atenção. A melhor atenção deve-se mesmo dedicar à performance dos artistas, que não fica a desejar. Estão sempre bem à vontade e, em concentrada linguagem de corpo e energia teatral risível ao tratado. Ou quando empertigados, sempre no acerto da cartografia da cena compreendida.
Têm, a cada parte, o intérprete Diaz Santana e a atriz Silvia Mendes, seus pequenos solos de boas inflexões de falas, intenções dosadas, humor equilibrado. E são de uma felicidade em cena a dar nas vistas.
E quando dançam a manifestada tradição, que envolve corpo e espírito fundidos no ritmo e mergulho no eixo primitivo da dança herdada pela cultura de festa e religião liberadas, então são maravilhosos. O corpo se integra em mensagens.
As cenas de intuições da mulher, ao recebe espíritos de ancestrais, dos antigos colonos das terras, são muito bem humoradas, mas centradas no equilíbrio de não apelar ao riso comum. Há um dosar de humor, mas em disciplina de manter o exercício da cena integrada à dramaturgia, de narrativa cartesiana que habita.
O casal espera gerar novos negócios com a descoberta de gás e petróleo nas terras de sua propriedade e acabam não conseguindo o intuito, mas contar essa história o fazem, com muito teto de compreensão do teatro que querem e sabem desempenhar e detêm um bom desempenho na cena dramatizada.
O texto, de Sergio Mabombo e a encenação, de João de Mello Alvim, afluem à adaptação e dramaturgia de Manuel Sanches e de João Mello e trazem para a cena um exercício prático, de teatro pobre, no sentido de não ter gorduras na cenografia (João de Mello Alvim) e figurinos (das Cias. Chão de Oliva e Lareira Artes). O teatro está no ator e atriz e, estes, se garantem, seguram a dramaturgia com qualidade alegre.
Maputo, Moçambique está no mapa do teatro, porque sabe do que fala e como encaminhar a comunicação para lúdico, mímesis da vida real licenciada à arte, persuasão em convencer e arte do fingimento.
"A nova aragem" gerou frutos e podem ser degustados pelo elenco e equipe técnica, como também pela recepção.